- Foto: reprodução/Metrópoles
Notícias do Amazonas – Três empresários detidos pela Polícia Federal com R$ 1,25 milhão em espécie no Aeroporto Internacional de Brasília mantêm vínculos estreitos com figuras políticas do interior do Amazonas, incluindo doações eleitorais, relações familiares e contratos com prefeituras locais. A prisão ocorreu na noite da última terça-feira (20), após agentes identificarem volumes suspeitos em três malas por meio do scanner de raio-X. Ao abrirem a bagagem, os policiais encontraram o dinheiro distribuído em maços — o que levou à prisão em flagrante do trio.
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Relação direta com vereador de Presidente Figueiredo
Entre os detidos está Vagner Santos Moitinho, pai do vereador Lucas Souza Moitinho (União Brasil), eleito em 2024 na cidade de Presidente Figueiredo. Segundo registros da Justiça Eleitoral, Vagner e outros membros da família Moitinho doaram para a campanha do parlamentar.
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Outro dos presos, César de Jesus Glória Albuquerque, também consta como receptor da campanha de Lucas Moitinho, reforçando a proximidade do grupo com o núcleo político da cidade. Conforme a documentação entregue à Justiça Eleitoral, o empresário recebeu R$ 2.430,70.
O terceiro empresário preso, Erick Pinto Saraiva, é sócio da empresa Saraiva Comércio de Confecção Ltda, que recebeu R$ 64 mil da campanha de reeleição do prefeito de Itacoatiara Mario Abrahim.
Conexões com a Prefeitura de Coari
Além das doações eleitorais, tanto César de Jesus quanto Erick Saraiva figuram como fornecedores da Prefeitura de Coari, administrada pelo prefeito Adail Pinheiro (Progressistas). A Polícia Federal apura se o dinheiro apreendido tem relação com contratos firmados com a administração municipal.
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Empresários alegam origem legal do dinheiro
Apesar do volume de dinheiro apreendido, os empresários alegaram que os R$ 1,25 milhão seriam provenientes de pagamentos de prefeituras do Amazonas por serviços prestados, e que o montante seria utilizado para quitar dívidas e adquirir insumos em Goiás. A versão, no entanto, é contestada pelos investigadores, que veem indícios de crimes financeiros e lavagem de dinheiro.
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Beneficiários de auxílio emergencial na pandemia
Outro dado que chama atenção é que os três empresários foram beneficiários de programas assistenciais durante a pandemia. Segundo o portal Metrópoles, César de Jesus recebeu R$ 4,9 mil do Auxílio Emergencial, enquanto Erick Saraiva foi contemplado com R$ 5,2 mil — dos quais teria devolvido R$ 3 mil ao governo federal. A disparidade entre os valores recebidos e os montantes encontrados reforça a suspeita de movimentações financeiras incompatíveis com o perfil dos envolvidos.
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Investigações apontam possível esquema de corrupção
A Polícia Federal investiga se há um esquema estruturado de lavagem de dinheiro.