Notícias do Amazonas – O Governo Federal deixou de fora a BR-319 e as principais hidrovias do Amazonas do Plano Nacional de Logística 2025 (PNL 2025), elaborado pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL). A BR-319, que conecta Manaus (AM) a Porto Velho (RO), tem um trecho central crítico de 405,7 quilômetros – entre o km 250,7, próximo ao rio Igapó-Açu, e o km 656,4, em Humaitá – sem previsão de pavimentação.

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Apesar de sua importância estratégica para a integração nacional e o escoamento de produtos da Zona Franca de Manaus, o trecho continua sendo alvo de disputas judiciais e entraves ambientais, sem avanços práticos.

Embora o PNL reconheça a relevância logística da rodovia e das hidrovias dos rios Solimões-Amazonas e Madeira, não há previsão de ações concretas. Para especialistas, a exclusão reforça o isolamento da Amazônia e aumenta o custo do transporte interno, dificultando o desenvolvimento sustentável da região.

A ausência de obras também compromete o transporte de cargas durante os períodos de estiagem severa, quando o nível dos rios baixa drasticamente, afetando o abastecimento e a economia local. O plano classifica as principais hidrovias do estado como “sem restrições de capacidade”, mas ignora problemas estruturais graves, como a ausência de dragagem periódica, balizamento, portos adequados e cartas náuticas atualizadas.

Além disso, o processo de elaboração do PNL 2025 foi alvo de críticas pela baixa participação social. Em audiência pública realizada em Manaus, apenas uma manifestação foi registrada, sem espaço para discussão ampla. As sugestões encaminhadas foram incluídas como itens em avaliação, sem cronograma, metas ou recursos definidos.

A BR-319 aparece no documento apenas como parte da “Carteira de Estudos”, em um trecho de 807,1 km listado como “em análise”. A indefinição reforça o diagnóstico de falta de comprometimento do governo federal com a infraestrutura logística da região Norte.