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Governo do Amazonas age para diminuir impactos da estiagem na vida escolar de aluno da rede estadual

Mais de 2,2 mil alunos em 15 municípios já não têm acesso às unidades de ensino por conta da estiagem seca.

  • Por AM POST

  • 19/09/2024 às 19:10

  • Leitura em cinco minutos

Foto: Euzivaldo Queiroz/ Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar

Notícias do Amazonas – Até esta quinta-feira (19/09), mais de 2,2 mil estudantes de comunidades rurais de 15 municípios do interior do Amazonas tiveram as atividades suspensas por conta das dificuldades de acesso às escolas, com a seca dos rios no Estado. Como política de combate aos danos causados pela estiagem, o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Educação, estabeleceu o “Merenda Em Casa” e o “Aula Em Casa”. Iniciativas que procuram garantir que os estudantes continuem tendo acesso à alimentação escolar e aos estudos, mesmo longe das escolas.

Neste contexto, os profissionais da educação têm sido o destaque na execução das políticas voltadas para mitigar os impactos da estiagem na vida escolar dos alunos da rede estadual de ensino. Coordenadores regionais, gestores e demais representantes do corpo docente têm organizado uma verdadeira força-tarefa para possibilitar aos estudantes uma realidade diferente a partir da entrega de kits de alimentos da merenda escolar, bem como guias de estudo impressos.

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Foi em Manacapuru (distante 68 quilômetros de Manaus) que a entrega dos kits do Merenda Em Casa e do material do Aula Em Casa começaram na última terça-feira (17/09). Com mais de 160 estudantes dos ensinos Fundamental e Médio, a Escola Estadual de Tempo Integral (Eeti) Nossa Senhora do Rosário, que atende a 10 comunidades ribeirinhas do município, agiu rápido depois de não conseguir mais receber seus estudantes desde a última sexta-feira (13/09).

A celeridade, de acordo com o coordenador regional de Educação do município (CRE-Manacapuru), Messias Furtado, se deve ao alinhamento das coordenadorias à Secretaria de Educação. Entretanto, apesar do trabalho de prevenção, os desafios impostos pelas condições climáticas têm sido grandes.

“A experiência do ano passado nos possibilitou antecipar cenários e aprimorar soluções. Porém, o desafio é ainda maior, porque a seca aqui em Manacapuru se antecipou em um mês. Ano passado, as atividades do Merenda Em Casa e Aula Em Casa aconteceram em outubro”, ressaltou o coordenador.

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Foto: Euzivaldo Queiroz/ Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar

Heróis da educação

Em outubro do ano passado, o gestor da Eeti Nossa Senhora do Rosário, Antônio Leondas de Matos, junto da sua equipe do corpo docente, entregou os kits dentro da escola, que ainda estava acessível. Entretanto, em 2024, foi necessário organizar um outro ponto de entrega, porque tornou-se inviável alcançar a escola pelo rio.

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“A gente tem que adaptar as estratégias, porque a realidade impõe. Porém, as coisas dão certo, porque nos comunicamos bem com os estudantes e familiares. Por meio dos aplicativos de comunicação, do boca a boca e das rádios, chegamos na maioria. Mudamos o ponto de encontro com pouca antecedência e ainda assim estão todos aqui”, destacou o gestor, em uma esquina de terra no meio do Rio Manacapuru.

A comunicação sugerida por Antônio mostra-se essencial para que os kits cheguem até as casas dos estudantes. Entretanto, parcerias com a comunidade são necessárias. Presente na entrega dos kits, o transportador fluvial Roberto Naval, morador da Comunidade Patauá, tem dois filhos que estudam na Eeti Nossa Senhora do Rosário.

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Durante o período de normalidade, Roberto atua no transporte escolar de estudantes ribeirinhos, navegando as lanchas escolares. No período da estiagem, o comandante ajuda no transporte e na entrega dos kits do Merenda Em Casa e do Aula Em Casa. Ele também teve direito a levar dois kits de alimentos para os filhos, além das apostilas de estudo.

“É uma benção que a gente receba esses itens, ajuda muito em casa. É um período de dificuldade, mas não podemos parar, então estudar mesmo de longe é também muito importante”, compartilhou Roberto, que agora também terá uma nova missão. Ele integra equipe de transportadores, levar até os estudantes, quinzenalmente, as novas apostilas de estudos, além de retornar aos professores os cadernos anteriores, para correção.

Por meio de videoaulas, apostilas disponibilizadas digitalmente e materiais didáticos impressos, os alunos impactados seguem no ano letivo no Aula Em Casa, com a alimentação garantida a partir de 14 itens alimentícios provenientes dos kits do Merenda em Casa. Em 2023, mais de 7,3 mil estudantes foram impactados pela estiagem, e todos receberam, em mãos, os kits do Governo do Amazonas.

Os materiais disponibilizados pelo Aula em Casa também podem ser acessados no site do próprio projeto, por meio do link http://aulaemcasa.am.gov.br/, e pela plataforma Saber Mais (https://www.sabermais.am.gov.br/). O regime especial de aulas não presenciais é regulamentado a partir da resolução N.º 121, definida pelo Conselho Estadual de Educação do Amazonas (CEE-AM).

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