O Governo do Amazonas afirmou, em nota enviada à imprensa na manhã desta sexta-feira (23), que é solidário à greve deflagrada pelos servidores da educação. No entanto, defende que as greves deveriam ter acontecido nos governos anteriores “que não os atenderam” e que as “orientações grevistas são equivocadas”.
O posicionamento do Governo do Estado, via nota, acontece no dia em que duas manifestações tomaram conta de vias de grande fluxo em Manaus. Educadores ligados ao movimento Asprom Sindical fizeram uma carreata que saiu da Arena da Amazônia, passou pela Assembleia Legislativa e seguiu até a Praça da Polícia. Em outra frente, servidores ligados ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Amazonas (Sinteam) fizeram uma caminhada que saiu da Prefeitura de Manaus até a sede do Governo do Estado.
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Leia a nota na íntegra
O Governo do Estado do Amazonas reconhece que a categoria de professores tem sido injustiçada ao longo do tempo, principalmente pelos dois últimos governos que lhe faltaram com o pagamento constitucional da data-base. Entende, portanto, a revolta da categoria; mais que isso, solidariza-se com o professor.
Porém, o Governo do Amazonas esclarece o que segue:
A categoria reivindica 35% de reajuste. Ocorre que, ao nosso entendimento, a classe deveria ter protestado ao tempo, ou seja, em 2015 e 2016, quando não obteve a data-base dos governos respectivos. O Governo entende que há um despropósito em querer fazê-lo agora, excedendo inclusive, no pleito, o valor das datas-bases não pagas, e entrando em greve em um governo que começa a pagar a data-base.
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É preciso que se diga, ainda, que o Governo, dentro da linha de reconhecimento da injustiça sofrida pela categoria, prometeu-lhe, com recursos do Fundeb, mais 10% ao mês, a título de abono que, associados aos 4,57% da data-base, chegaria a uma receita de quase 15% de aumento. Vale acrescentar que o governo também se dispôs a repor, no contracheque todo o mês, o aumento correspondente ao percentual excedente da receita corrente líquida do Estado que, se presume, seja da ordem de 11,5% ao ano, o que corresponderia, ao final, a um acréscimo superior a 25%.
É necessário também esclarecer que o Governo está limitado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, não podendo dar aumento além do que requer a data-base de 2017, ou seja, 4,57%. Os outros benefícios aqui expostos – abono do Fundeb e o repasse automático de excedente de receita corrente líquida para o contracheque, que convenciona-se chamar de gatilho – são decorrentes da criatividade administrativa empregada com o fim específico de corrigir injustiças.
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No conjunto de benefícios concedidos pelo Governo este ano aos profissionais da educação, estão ainda o reajuste do auxílio alimentação em mais de 90%, de R$ 220 para R$ 420 para quem atua nas escolas. Também reajustamos a Gratificação de Localidade, que sairá de R$ 30 para três níveis de gratificação: R$ 200 para municípios mais próximos de Manaus, R$ 500 para municípios de distância média da capital e R$ 1 mil para municípios mais distantes. Além disso, o Governo se dispôs a decretar a promoção vertical de 3.516 professores e pedagogos que fizeram pós-graduação nos últimos cinco anos.
Pelo exposto, o Governo reconhece o momento de injustiça que vivem os professores e é solidário. No entanto, por tudo que foi dito, o Governo não entende o porquê da greve, que deveria ter sido feita nos outros governos que não os atenderam. Assim sendo, pede aos professores que analisem os dados aqui expostos e se conscientizem de que a orientação grevista está totalmente equivocada, ou simplesmente servindo a interesses políticos inconfessáveis.