O delegado da Polícia Civil do Amazonas, Ericson Tavares, enfrenta novas complicações legais após a publicação de um vídeo polêmico em suas redes sociais. Acusado de extorsão mediante sequestro, porte de arma de fogo e associação criminosa, Tavares já havia sido preso em março deste ano, no município de Manacapuru, junto com outras 10 pessoas envolvidas em um esquema criminoso. Agora, ele pode retornar à prisão devido à repercussão negativa de sua atitude nas redes sociais. No mês passado, a Justiça mandou soltar o delegado e três policiais civis que estavam presos suspeitos do crime.
No vídeo, o delegado aparece cantando funk, usando palavrões e mostrando o “dedo do meio”, em uma clara afronta ao sistema judiciário. As imagens, que rapidamente se espalharam pelos meios de comunicação do estado, causaram indignação entre internautas e profissionais da Justiça.
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Em resposta, o Ministério Público do Amazonas (MPAM) solicitou nesta quarta-feira (17) a prisão preventiva do delegado e a suspensão de seu cargo. A solicitação foi encaminhada à Justiça do Amazonas, que ainda está analisando o caso.
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“O delegado em verdadeira afronta à Justiça, publicou em suas redes sociais vídeo que repercutiu nos meios de comunicação de todo o estado”, afirmou o MPAM em sua solicitação.
O órgão destacou que a atitude de Tavares causa medo nas vítimas e frustração nos agentes públicos que procederam à sua prisão. “Não se pode ignorar o fato de que Ericson de Souza Tavares é delegado da polícia civil, o qual detém poder e influência inerentes ao cargo público. Tal circunstância, somada à publicação de vídeo nas redes sociais, em que escarnece do Poder Judiciário, cria medo nas vítimas e frustração nos agentes públicos que procederam à prisão dos suspeitos, temendo, inclusive, pelo êxito da sequência da investigação“, declarou o MPAM.
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Além do pedido de prisão preventiva, o MPAM também solicitou a suspensão do cargo de delegado de Ericson Tavares, medida que visa impedir qualquer interferência nas investigações e proteger as vítimas e testemunhas envolvidas no caso.
Sobre a prisão
Ericson Tavares, então titular do 6° Distrito Integrado de Polícia de Manaus, foi preso em flagrante no dia 23 de março, no município de Manacapuru, juntamente com outras 10 pessoas. A prisão ocorreu após denúncias anônimas que levaram a uma operação policial. Conforme o Boletim de Ocorrência (BO), os presos são suspeitos de extorsão mediante sequestro, associação criminosa, ameaça, entre outros crimes.
Entre os detidos estão três investigadores, cinco policiais militares, sendo quatro cabos e um sargento, além de dois civis. A operação foi desencadeada após a polícia militar identificar três veículos suspeitos envolvidos em um suposto sequestro no bairro Correnteza, em Manacapuru.