- Foto: Ipaam/Arquivo
Notícias do Amazonas – O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) tem intensificado notavelmente suas operações de resgate de fauna silvestre, demonstrando um compromisso crescente com a biodiversidade amazônica. De janeiro a 22 de maio deste ano, a instituição já registrou mais de 90 resgates de animais, um indicativo claro da demanda e da eficácia de suas equipes. A variedade de espécies atendidas é impressionante, abrangendo desde répteis como jacarés e jiboias, até mamíferos como peixes-boi, filhotes de onça e preguiças, além de diversas aves, como o socó-boi.
O trabalho, realizado de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h, é executado por profissionais altamente qualificados que avaliam cada situação individualmente, visando sempre o bem-estar e a segurança dos animais. As intervenções do Ipaam são direcionadas a casos específicos, como o resgate de animais feridos ou de filhotes abandonados, que se encontram fora de seu ambiente natural e necessitam de auxílio imediato.
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Gustavo Picanço, diretor-presidente do Ipaam, esclarece os limites da atuação do Instituto. Ele enfatiza que o Ipaam não realiza resgate de animais domésticos, como cães e gatos, e nem de animais silvestres que estejam em seu habitat natural e não apresentem risco ou ferimento. “Nesses casos, tratar-se-ia de translocação, não de resgate, e a Lei de Crimes Ambientais proíbe a remoção de ninhos”, explica Picanço. Em situações onde os animais estão em locais de difícil acesso, como a mais de dois metros de altura, a equipe opta por um monitoramento cuidadoso, aguardando que o animal desça por conta própria. Para ocorrências envolvendo a rede elétrica, a concessionária de energia é prontamente acionada, com o Ipaam recebendo os animais após o resgate seguro.
- Foto: Ipaam/Arquivo
Marcelo Garcia, biólogo e coordenador da Gerência de Fauna (GFAU) do Ipaam, detalha o protocolo pós-resgate: todos os animais passam por uma avaliação técnica rigorosa. Essa análise determina se o animal pode ser reintegrado imediatamente à natureza ou se necessitará de tratamento e reabilitação antes de ser solto. Garcia também ressalta a importância de um contato responsável ao solicitar o serviço, fornecendo informações precisas para otimizar o atendimento. Atualmente, o serviço enfrenta algumas limitações devido à reforma do Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras) do Ibama, e o Ipaam não atende chamados para fauna sinantrópica, como ratos, morcegos, abelhas e pombos, por não ser sua competência legal.
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A reforma e ampliação do Cetras do Ibama representam um avanço significativo para a infraestrutura de acolhimento e tratamento da fauna silvestre na região. Esta iniciativa integra o “Projeto Estratégia Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção – Pró-Espécies: Todos”, visando à proteção da rica biodiversidade brasileira. O Cetras é fundamental para a recuperação de animais resgatados, apreendidos ou entregues voluntariamente, atuando em parceria com órgãos como o Ipaam para garantir a reintegração segura dos animais ao seu habitat natural.
Para solicitações de resgate de fauna silvestre, o Ipaam disponibiliza o WhatsApp (92) 98438-7964. Em casos de maus-tratos, como abandono ou agressão, a Polícia Militar (190) deve ser acionada. Denúncias também podem ser feitas ao Ministério Público do Estado do Amazonas. O Cetras do Ibama (92) 99534-8389 e o Batalhão de Policiamento Ambiental (BPAmb) da Polícia Militar (92) 98841-1553 também são contatos importantes para resgates ou crimes ambientais.