A luta do povo Mura contra a exploração de potássio em suas terras ancestrais ganhou novo capítulo com a intensificação da pressão sobre a Justiça Federal do Amazonas. O Ministério Público Federal (MPF) reforçou seu pedido de suspensão imediata das atividades da empresa Potássio do Brasil em Autazes, alegando graves violações aos direitos indígenas e ao meio ambiente.
Em ação civil pública, o MPF acusa o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) e a própria empresa de negligência e violação dos direitos do povo Mura. A principal reivindicação é a suspensão das licenças de instalação concedidas à mineradora, que iniciou as obras em setembro de 2024, invadindo terras indígenas e colocando em risco a cultura e a sobrevivência da comunidade.
PUBLICIDADE
A pressão sobre a Justiça Federal do Amazonas tem se intensificado, com o MPF, organizações indígenas e a própria comunidade Mura cobrando uma decisão rápida e eficaz. O pedido de urgência apresentado pelo MPF em maio ainda aguarda análise, e a demora na resolução do caso tem gerado grande insatisfação.
A comunidade internacional também tem acompanhado de perto a situação, com diversas organizações denunciando as violações aos direitos indígenas no Brasil. A pressão internacional pode ser um fator importante para pressionar o governo brasileiro a tomar medidas para proteger os direitos dos povos indígenas.
A exploração de potássio na região de Autazes representa uma grave ameaça ao meio ambiente e à cultura do povo Mura. Os impactos da mineração podem ser irreversíveis, causando a contaminação dos rios, a destruição da floresta e a perda da biodiversidade. Além disso, a atividade minerária pode levar à fragmentação do território indígena, à perda de identidade cultural e à intensificação de conflitos sociais.