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Notícias do Amazonas – O Ministério Público Federal (MPF) abriu uma apuração para investigar supostas irregularidades no uso de um veículo alugado pelo presidente do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Márcio André Brito. A denúncia, divulgada pela coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, aponta que Brito estaria utilizando, para fins particulares em Brasília, um carro vinculado a uma empresa que mantém contratos com órgãos públicos estaduais, inclusive com o Instituto de Pesos e Medidas do Amazonas (IPEM-AM), que ele comandou por 12 anos.
Segundo a reportagem, o veículo em questão é um Toyota Corolla 2023 registrado em nome da locadora Kaele, sediada em Manaus (AM) e Boa Vista (RR). A empresa é conhecida por atuar junto à administração pública, tendo inclusive contratos milionários firmados com diversos entes estaduais. A coluna também aponta que a Kaele já teve contratos suspensos por suspeita de superfaturamento.
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O uso de veículos com vínculos a empresas contratadas por órgãos públicos levanta suspeitas de conflito de interesse, especialmente quando envolvem figuras com histórico de gestão nessas instituições. A legislação brasileira proíbe expressamente o uso de veículos oficiais para fins pessoais. Além disso, servidores públicos federais contam com o serviço TaxiGov para seus deslocamentos institucionais, conforme normas de economicidade e transparência no uso de recursos públicos.
A investigação do MPF, em fase inicial, busca verificar se há vínculo indevido entre a locação do veículo e o exercício do cargo de presidente do Inmetro, ou se há violação de princípios administrativos como impessoalidade, legalidade e moralidade. Caso sejam encontradas evidências de irregularidades, o caso poderá evoluir para uma ação civil pública ou denúncia criminal, a depender do entendimento do órgão.
Outro lado
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Em resposta às acusações, Márcio Brito afirmou por meio de nota oficial que a locação do veículo foi feita em seu nome pessoal, sem qualquer envolvimento do Inmetro ou uso de verba pública. Ele apresentou o contrato de locação à imprensa, destacando que todas as despesas são custeadas com recursos próprios.
“O veículo mencionado é de uso estritamente particular e foi locado por meio de contrato privado firmado entre a empresa Kaele e minha pessoa física, sem qualquer vínculo com o Inmetro ou com recursos públicos”, disse o presidente do Inmetro. “Todas as despesas decorrentes dessa locação são custeadas exclusivamente por mim.”
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Brito também defendeu a legalidade dos contratos firmados entre o IPEM-AM e a Kaele durante sua gestão, reforçando que os processos ocorreram via licitações regulares, com prestação de contas devidamente aprovada por órgãos de controle. “As insinuações veiculadas na matéria não refletem a realidade dos fatos”, afirmou.
Além disso, o presidente do Inmetro rebateu qualquer tentativa de associar a locação particular à sua atuação na administração pública federal. “Repudio veementemente qualquer tentativa de distorção da verdade que possa comprometer minha honra, minha imagem e minha trajetória como gestor público”, concluiu.