Os terremotos profundos que ocorrem sob a Amazônia Ocidental, na região da placa de Nazca, são intensos e intrigantes para a ciência. Embora os pesquisadores estejam cientes da frequência desses eventos sísmicos, o que realmente causa esses tremores continua sendo um mistério. Recentemente, uma equipe de cientistas brasileiros iniciou um estudo inédito para investigar a origem desses terremotos, o que pode trazer novas informações sobre a atividade sísmica na região.
Estudo inédito para desvendar os mistérios dos sismos
Coordenada pelo Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), uma equipe de pesquisadores de oito instituições está realizando uma tomografia sísmica da Amazônia Ocidental. Esse procedimento permitirá obter imagens detalhadas da estrutura profunda da zona onde ocorrem os tremores, com o objetivo de testar hipóteses sobre os mecanismos responsáveis por esses terremotos.
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Até o momento, todos os estudos realizados na área foram feitos em baixa resolução, sem fornecer detalhes suficientes para conclusões precisas. Com a nova pesquisa, os cientistas esperam melhorar o entendimento da origem desses sismos e como eles estão relacionados à dinâmica das placas tectônicas.
A importância da pesquisa para a segurança pública
O novo estudo tem implicações significativas para a defesa civil. Com as informações detalhadas sobre a atividade sísmica da região, será possível desenvolver estratégias de preparação para eventuais terremotos mais expressivos. Isso inclui planos de evacuação e medidas de segurança baseadas em dados sísmicos mais precisos, algo fundamental para a proteção das populações que vivem próximas às áreas mais vulneráveis.
Características dos terremotos profundos na Amazônia
Os terremotos registrados na Amazônia Ocidental são únicos. Eles ocorrem em profundidades incomuns, entre 550 km e 650 km abaixo da superfície, muito além da faixa normal para a maioria dos tremores ao redor do mundo. Isso os torna os sismos mais intensos registrados no Brasil, embora, por estarem em grandes profundidades, raramente sejam destrutivos. Ainda assim, alguns desses tremores podem ser percebidos na superfície, especialmente quando atingem magnitudes mais elevadas.
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No dia 20 de janeiro, por exemplo, o Brasil registrou o maior terremoto de sua história, com magnitude 6,6 graus na Escala Richter. O epicentro foi localizado no município de Tarauacá, no estado do Acre, a impressionantes 614,5 km de profundidade.
A relação com a placa de Nazca
A origem desses tremores está diretamente ligada ao movimento da placa tectônica de Nazca, que se encontra em constante interação com a placa da América do Sul. Uma das principais teorias é que a placa de Nazca mergulha quase verticalmente em direção à Amazônia Ocidental, o que gera a dissipação de energia em grandes profundidades. Esse fenômeno cria terremotos com características únicas no mundo.
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No entanto, o mecanismo físico que causa esses sismos profundos ainda não é bem compreendido, pois as condições de pressão e temperatura nas profundezas da Terra são muito diferentes das encontradas em áreas de terremotos mais rasos.
O que esperar dos próximos anos?
Os cientistas esperam que os resultados dessa pesquisa tragam luz sobre os fenômenos sísmicos da Amazônia Ocidental e possam, no futuro, ajudar a prever terremotos com maior precisão. Além disso, a descoberta de novos dados sísmicos pode contribuir para a criação de políticas públicas e estratégias de mitigação de riscos sísmicos no Brasil.
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Com esse estudo inédito, o Brasil se posiciona na vanguarda da pesquisa sísmica, oferecendo um avanço significativo no entendimento da placa de Nazca e de seus impactos na região amazônica.