- Foto: (Fogo) Christiano Antonucci/Secom-MT / Foto: (Marina Silva) Secom Governo Federal
A Amazônia enfrentou, em 2024, o maior número de focos de incêndio do século, atingindo 140.328 ocorrências, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Este é o maior registro anual desde 2007, quando o bioma contabilizou 186.463 queimadas. Os dados lançam luz sobre a gestão ambiental do país e levantam questões sobre o impacto das políticas de combate às queimadas no governo Lula. A apuração é do portal Poder360.
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, enfrentou um desafio duplo em sua atual passagem pelo cargo: os efeitos de uma das secas mais severas das últimas décadas e o aumento das queimadas. Marina já havia liderado a pasta entre 2003 e 2008, durante o primeiro e o segundo mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando também ocorreram outros picos históricos de incêndios, como em 2004, com 218.637 focos.
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Seca Extrema e Queimadas Criminosas
A seca de 2024 foi a mais severa em 74 anos, contribuindo para a propagação dos incêndios. Ainda assim, o Ministério do Meio Ambiente reconheceu que as queimadas têm origem predominantemente criminosa. Em setembro, Marina Silva afirmou que “grande parte das queimadas no país têm motivação humana”, e não pouparam críticas aos desafios operacionais para conter o problema.
Comparando-se com 2023, houve um aumento de 46% no total de focos de incêndio em todos os biomas brasileiros, passando de 189.891 para 278.229. Apesar do cenário desfavorável, o Ministério destacou que, para 2025, a nova Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo deve fortalecer a articulação entre governos estaduais e municipais, oferecendo respostas mais eficazes e rápidas ao problema.
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Maiores picos de queimadas
Os cinco maiores picos de queimadas registrados desde 2004 ocorreram sob liderança de Marina Silva: 2004, 2005, 2006, 2007 e 2024. Essa recorrência levanta questionamentos sobre a eficácia das políticas implementadas ao longo dos anos.
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No passado, Marina foi uma crítica contundente da política ambiental de governos anteriores, especialmente durante o mandato de Jair Bolsonaro. No entanto, ao retornar ao Ministério, a ministra adotou um tom mais moderado, reconhecendo os desafios estruturais e financeiros para conter o desmatamento e as queimadas em áreas tão extensas quanto a Amazônia.
Impactos Regionais e Globais
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O aumento das queimadas na Amazônia tem impactos profundos tanto no âmbito regional quanto global. No plano local, comunidades ribeirinhas e indígenas sofrem com a perda de territórios, aumento de doenças respiratórias e desequilíbrios ecológicos. No âmbito global, a emissão de gases de efeito estufa e a destruição da floresta comprometem os esforços para mitigar as mudanças climáticas.
O bioma amazônico é responsável por absorver cerca de 2 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano, funcionando como um regulador essencial do clima global. No entanto, com o aumento das queimadas, essa capacidade de absorção fica comprometida, agravando a crise climática.
Resposta
Em nota enviada ao Poder360, o Ministério do Meio Ambiente afirmou que 2024 foi marcado pela seca mais severa dos últimos 74 anos.
“O ano de 2025 se iniciará com a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo já em funcionamento, o que garantirá o fortalecimento da articulação junto a Estados e municípios, fator crucial para alcançar respostas mais céleres em relação aos incêndios”, disse.