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Associação é suspeita de comprar dados do INSS e aplicar golpe em aposentados

Disputa em associação que aplica descontos indevidos em aposentadorias expõe suposto esquema dentro do INSS para obter dados de aposentados

  • Por AM POST

  • 28/03/2024 às 11:29

  • Atualizado em 22/07/2024 às 14:05

  • Leitura em três minutos

Supostas fraudes e corrupção envolvendo a Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec) veio à tona recentemente, revelando um esquema de compra de dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para filiar aposentados sem consentimento e reter parte de seus benefícios. O caso, que emerge de um racha interno na associação, expõe uma rede que prejudica os mais vulneráveis.

A Ambec, que se destacou como a associação com o maior faturamento proveniente de contribuições sobre aposentadorias no último ano, com valores alcançando os R$ 30 milhões mensais, agora está sob investigação. Uma empresa associada à Ambec alega que a entidade se tornou uma peça-chave para um consórcio de seguradoras que operam fraudes contra aposentados, utilizando-se de métodos ilícitos para angariar fundos.

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A situação é ainda mais alarmante quando se observa o crescimento exponencial da Ambec: de 38 mil filiados e R$ 1,8 milhão de faturamento mensal em janeiro de 2023 para 650 mil aposentados e uma arrecadação astronômica de R$ 30 milhões por mês um ano depois, representando um aumento de 1.500%. Essa ascensão meteórica é manchada por mais de 4,7 mil processos judiciais em todo o país e condenações por danos morais decorrentes de filiações sem autorização dos segurados.

A revelação feita pelo Metrópoles, nesta quarta-feira (27), sobre a Ambec ser parte de um grupo de 29 entidades habilitadas pelo INSS que acumularam mais de R$ 2 bilhões com descontos em aposentadorias em um ano, lança luz sobre a magnitude do problema. Essas entidades enfrentam juntas mais de 60 mil processos judiciais, evidenciando uma crise sistêmica.

Por trás dessas operações ilícitas está o Grupo Total Health, liderado pelo empresário Maurício Camisotti, um nome associado a lobistas e políticos influentes. Documentos obtidos pelo Metrópoles revelam que a Ambec, antes gerida pela empresa Acttus, foi utilizada como fachada para empreender fraudes contra os aposentados. Camisotti é acusado de ser o cérebro por trás da aquisição irregular de dados de aposentados e pensionistas, viabilizando as filiações fraudulentas.

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Os e-mails e mensagens de WhatsApp revelados indicam uma coordenação meticulosa por parte de Camisotti na gestão da Ambec, incluindo a seleção de aposentados para integrar a associação e instruções sobre como lidar com questões jurídicas. O empresário não respondeu às tentativas de contato até o momento.

A presidente da Ambec até fevereiro deste ano, Maria Inês Batista de Almeida, foi identificada como uma auxiliar de dentista moradora da periferia de São Paulo, supostamente vinculada a Camisotti. Estas revelações lançam dúvidas sobre a integridade das lideranças dessa associação.

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O INSS, quando questionado sobre os descontos indevidos e parcerias suspeitas, optou pelo silêncio. Em um comunicado anterior, o instituto afirmou que mantém acordos com entidades de classe para desconto de mensalidades, porém ressaltou que tais descontos não são de sua responsabilidade, mas sim das entidades.

À medida que o escândalo se desdobra, resta aos órgãos competentes investigar e responsabilizar os envolvidos. Enquanto isso, milhares de aposentados sofrem as consequências.

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