- ( Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)
Notícias do Brasil – A Polícia Federal (PF) identificou um salto abrupto na arrecadação da Associação Mutualista para Benefícios Coletivos (Ambec), entidade investigada por descontos irregulares em aposentadorias do INSS e que tem como advogado um dos filhos do atual ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.
Segundo relatório da PF, a Ambec arrecadou apenas R$ 135 em 2021, mas, no ano seguinte, registrou uma movimentação de R$ 14,9 milhões – um aumento de mais de 110 mil vezes. Ao longo do período de 2019 a 2024, a associação movimentou cerca de R$ 178 milhões, de acordo com informações divulgadas pela CNN Brasil.
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A explosão nos valores chamou a atenção da Controladoria-Geral da União (CGU), que realizou uma auditoria na Ambec. Durante a investigação, a associação não apresentou documentos que comprovassem a regularidade dos descontos feitos nos benefícios dos aposentados, muitos dos quais alegam sequer conhecer a entidade.
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Além da Polícia Federal e da CGU, o caso também está sob análise do Tribunal de Contas da União (TCU), que já havia detectado irregularidades em descontos indevidos de pensionistas ainda neste ano.
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Conexões com o INSS e atuação do filho de ministro
A investigação aponta ligações da Ambec com dois personagens conhecidos no setor: o empresário Maurício Camisotti e Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Ambos também têm vínculos com o Centro de Estudos dos Benefícios dos Aposentados e Pensionistas (Cebap), outra entidade sob suspeita de práticas semelhantes.
O nome do advogado Enrique Lewandowski, filho do ministro da Justiça, aparece no caso por sua atuação em defesa da Ambec. Ele trabalha no escritório Panella Advogados, que representa a associação em um processo no TCU. A presença de familiares de autoridades em casos sensíveis amplia o impacto político do episódio.
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Defesa da Ambec nega irregularidades
Por meio de nota assinada pelos advogados Daniel Bialski e Bruno Borragine, a defesa da Ambec nega que a entidade tenha cometido irregularidades. Segundo eles, a Ambec não atuou diretamente na captação ou filiação dos aposentados afetados, atribuindo essas ações a empresas terceirizadas conhecidas como “Corbans”.
“Em todos os casos reclamados, a associação não praticou a atividade ostensiva de captação, prospecção e afiliação de seus associados. Se qualquer fraude ocorreu, a associação é tão vítima quanto seus associados”, afirmaram os defensores.
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Apesar da nota de esclarecimento, o caso continua gerando repercussão política e pode provocar desdobramentos dentro do Ministério da Justiça, dada a ligação familiar de um dos envolvidos.