O Banco Central enfrenta uma avalanche de críticas nesta quarta-feira (15) após divulgar um vídeo nas redes sociais para desmentir rumores sobre uma suposta taxa para operações via Pix. A escolha do tom leve e descontraído, que incluiu memes e uma dublagem por inteligência artificial, gerou polêmica e provocou reações negativas de economistas, personalidades e internautas.
O vídeo, claramente inspirado em tendências das redes sociais, brinca com a sigla “BC” e o hit “Descer pra BC [de Balneário Camboriú]”, da dupla Brenno e Matheus. Na peça, a autarquia classifica os boatos como “lorota” e utiliza expressões informais como “adoradores de ET” para ridicularizar quem acreditou na história. A mensagem final reforça que “nada muda nas regras do Pix, bebê”.
PUBLICIDADE
A legenda do post buscava “aliviar corações”, mas acabou inflamando os críticos. Segundo o texto, o objetivo era esclarecer “fake news sobre cobrança de taxa no Pix e fim do sigilo bancário”. No entanto, muitos consideraram a abordagem inadequada para uma instituição da relevância do Banco Central.
Entre as vozes mais contundentes está o economista e ex-BBB, Gil do Vigor, que classificou o vídeo como um erro. Em um desabafo no X (antigo Twitter), afirmou: “O Banco Central de um país como o Brasil, que possui uma importância significativa na economia mundial, não pode se comunicar dessa forma. Muito errado! Comunicar com a população não significa fazer o que vocês estão fazendo. Mas, enfim, é isso. Como diria eu mesmo: o Brasil está lascado. Difícil, bem difícil!”.
Banco Central simplesmente chamando o brasileiro de RETARDADO!!
PUBLICIDADE
tudo nesse Governo Lula 3 é para fazer a gente de palhaço pic.twitter.com/D2E1v8UrQ0
— Daniela (@daniela_mcas) January 15, 2025
PUBLICIDADE
Outros internautas também demonstraram indignação. “Quem paga por isso? O pobre pagador de impostos do Brasil?”, questionou uma usuária. Outro crítico afirmou: “Sim! Esta é a página do Banco Central do Brasil, a autoridade monetária brasileira desceu a este nível escatológico! Este é o Brasil da atualidade”.
PUBLICIDADE
A principal crítica se concentra na percepção de que o Banco Central, como autoridade monetária de um país emergente e importante no cenário global, deveria adotar uma postura mais sóbria e profissional em sua comunicação. Especialistas argumentam que o tom adotado no vídeo pode minar a confiança da população e investidores na instituição.
Embora o Banco Central tenha justificativas para tentar se aproximar do público jovem e usuários das redes sociais, a estratégia de utilizar memes e humor foi amplamente vista como inadequada. Para muitos, a comunicação deveria ser objetiva e informativa, especialmente em um contexto de desinformação crescente.
Críticas também apontaram para um possível desperdício de recursos. Uma das perguntas recorrentes foi sobre os custos envolvidos na produção do conteúdo e se esses recursos não poderiam ser melhor empregados em outras iniciativas de educação financeira ou aprimoramento de serviços. “Se o objetivo é esclarecer, por que não optar por uma abordagem mais direta e menos caricata?”, questionou um usuário do X.
Veja reações: