Começou a circular nesta segunda-feira, 12, entre grupos de mensagens um vídeo do ex-chefe do Executivo, Jair Bolsonaro, convocando apoiadores a participarem de uma manifestação pública no próximo dia 25, na Avenida Paulista, em São Paulo.
“Será um ato pacífico em prol do nosso estado democrático de direito. Solicito a todos que compareçam trajando verde-amarelo”, adverte.
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Na gravação, Bolsonaro pede também que os aliados não levem consigo “qualquer faixa ou cartaz contra quem quer que seja”. Posteriormente, o ex-presidente afirma que pretende angariar apoio para se defender de todas as acusações que têm sido imputadas a ele nos últimos meses.
“Mais do que discurso, uma fotografia de todos vocês, que são as pessoas mais importantes do evento, para mostrar para o Brasil e para o mundo a nossa união e o que nós queremos: ‘Deus, pátria, família e liberdade’”, declarou.
O ato está agendado para às 15h e deve contar com a presença de dezenas de aliados do ex-presidente, que, conforme ele mesmo afirmou, tem o objetivo de mostrar força popular contra as acusações de que planejou executar um golpe de Estado para impedir que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, assumisse o poder.
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Em 8 de fevereiro, a Polícia Federal, sob autorização do ministro Alexandre de Moraes, do STF, permitiu o cumprimento de 33 mandados de busca e apreensão e quatro ordens de prisão contra 26 alvos — a maioria deles, militares.
Segundo despacho de Moraes, os investigados faziam parte de um esquema que planejava manter Bolsonaro no poder mesmo após sua derrota nas urnas.
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O próprio ex-presidente teria envolvimento direto no caso, solicitando apoio a ministros numa reunião para descredenciar o sistema eleitoral e revisando uma minuta com o desenho do golpe.
Caso fosse implementado, o ministro do STF teria sua prisão decretada pelo governo a ser instalado com o apoio das Forças Armadas.
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Um dia após a operação da PF que mirou o núcleo militar envolvido na suposta tentativa de golpe, Moraes decidiu liberar a íntegra do vídeo, que mostra Bolsonaro afirmar, sem provas, que haveria um acordo entre os ministros do TSE para fazer seu adversário vencer as eleições e que, por isso, era preciso colocar em prática um “plano B”.
Obtida no computador de Mauro Cid, ex-assessor de ordens de Bolsonaro que fechou acordo de delação premiada, a gravação também revela a intenção do então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, de “virar a mesa” antes das eleições e de infiltrar agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nas campanhas de adversários políticos.
Ao autorizar a operação, Moraes cita que o ex-presidente tinha em mãos uma minuta do golpe, que foi apresentada e editada por ele para estabelecer no Brasil um regime de exceção.
À Veja, Bolsonaro afirmou nunca ter chegado a ele qualquer documento do tipo. “Nem nunca assinei nada relacionado a isso. Até porque ninguém dá ‘golpe’ com papel”, declarou.
Redação AM POST