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Notícias do Brasil – A Polícia Federal (PF) investiga o cantor e ex-vereador Netinho de Paula por suposta relação financeira com Ademir Pereira de Andrade, apontado como operador financeiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). As investigações indicam que Netinho mantinha proximidade com Ademir e recorria frequentemente a ele para empréstimos, chegando a chamá-lo de “Banco da Gente”.
De acordo com o relatório da PF, mensagens encontradas na nuvem do celular de Ademir revelam que Netinho teria enviado notas com datas para pagamento de um empréstimo de R$ 500 mil e outro de R$ 2 milhões. Em uma conversa datada de 26 de maio de 2023, o cantor afirma: “A gente vai se acertando aí e, com relação às questões dos juros, eu vou pagando você o que for dando aí, pode ficar tranquilo, tá bom?”.
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Amizade e Apresentações Musicais
A relação entre Netinho e Ademir não se limitava aos empréstimos financeiros. O cantor também expressava saudades do amigo, como demonstram mensagens enviadas em abril e outubro de 2023. Ademir, por sua vez, mencionou que estaria em seu sítio, em Igaratá (SP), local onde Netinho se apresentou em shows.
Por meio de seus advogados, Netinho confirmou as apresentações, mas alegou desconhecer o envolvimento de Ademir com o crime organizado. “O senhor Ademir é, sim, um fã do artista Netinho de Paula e, de fato, já o contratou para apresentação em evento corporativo na região de Igaratá. Desconhecíamos, totalmente, qualquer envolvimento ilícito de qualquer contratante”, declarou a defesa do cantor.
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Possível Lavagem de Dinheiro
A investigação da PF também aponta que Ademir atuava como doleiro, facilitando a ocultação de transações financeiras. Em um áudio enviado ao operador financeiro, Netinho menciona a intenção de receber US$ 40 mil de Angola e pede orientação sobre a operação. “Eu queria tentar uma operação […] Você manja dessas coisas, me dá um toque depois”, afirma o cantor.
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Os investigadores ainda destacam uma movimentação financeira suspeita de R$ 150 mil, feita por Ademir para uma empresa de peças automotivas pertencente à esposa de Netinho. Segundo o relatório, a transferência teria como objetivo dissimular a verdadeira origem e destino dos recursos.
Ademir Pereira de Andrade está preso desde dezembro de 2023. Ele foi citado em delação premiada por Vinícius Gritzbach, corretor de imóveis assassinado em novembro do mesmo ano, como testa de ferro de traficantes do PCC.