Um trágico acidente na manhã deste sábado (2) em Costa Marques, Rondônia, resultou na morte de Afonso Furtado Braz, um menino de apenas cinco anos, que foi atropelado por um caminhão na Avenida Chianca. O caso se torna ainda mais doloroso quando se considera o contexto familiar do garoto, que era filho de Eiziane Furtado, assassinada pelo ex-marido minutos após ter recebido uma medida protetiva contra ele.
De acordo com o boletim de ocorrência, Afonso estava na companhia de sua avó no momento do acidente. Ao avistar o caminhão se aproximando, o menino soltou a mão da avó e correu em direção à rua, onde acabou sendo atropelado. A equipe policial que chegou ao local constatou a gravidade do acidente, e uma ambulância foi acionada, mas o médico que atendeu a ocorrência confirmou que a criança já havia falecido.
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O motorista do caminhão, que não possui habilitação e teve a documentação do veículo mantida na empresa onde trabalha, foi detido pela polícia. Ele foi encaminhado à Delegacia de Polícia Civil, onde prestou esclarecimentos sobre o acidente.
Afonso era filho de Eiziane, que foi brutalmente assassinada em março de 2024 pelo ex-marido, Maciel de Souza. O crime ocorreu logo após a jovem ter solicitado proteção judicial, um ato que demonstra a gravidade da situação de violência que enfrentava. O assassinato, que aconteceu na frente do filho, deixou marcas profundas na comunidade e levantou questões sobre a eficácia das medidas protetivas em casos de violência doméstica.
Segundo informações do Tribunal de Justiça de Rondônia, a medida protetiva foi concedida por um juiz às 8h58, mas Eiziane foi morta entre 9h e 9h30 do mesmo dia. O processo de concessão da proteção foi rápido, com o mandado de intimação sendo distribuído poucos minutos após a decisão, mas, tragicamente, não impediu o assassinato.
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Eiziane foi atacada com 13 facadas nas proximidades do Conselho Tutelar de Costa Marques. Apesar de ter sido levada ao pronto-socorro, chegou ao hospital sem vida. O crime chocou a cidade e levantou discussões sobre a segurança das vítimas de violência doméstica e a necessidade de um sistema mais eficaz para proteger aqueles que buscam ajuda.
Após a morte da mãe, Afonso ficou sob a tutela de sua avó paterna. No momento do acidente, eles estavam a caminho do presídio para visitar o pai do menino. O trágico destino de Afonso, que deveria estar sob a proteção familiar, é um reflexo de um ciclo de violência que se perpetua e que parece não ter fim.