Após ter sua prisão domiciliar revogada, a influenciadora digital e advogada Deolane Bezerra foi transferida para a Colônia Penal Feminina de Buíque, localizada no Agreste de Pernambuco, onde cumprem pena as “Canibais de Garanhuns”, como ficaram conhecidas as duas mulheres condenadas por matar e vender carne humana dentro de salgados na cidade.
A influencer perdeu direito a prisão domiciliar devido ao descumprimento de medidas cautelares impostas pela Justiça. Na segunda-feira (9), mas ao deixar o presídio no Recife, se reuniu com fãs e falou com a imprensa, violando as restrições determinadas.
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Deolane é alvo de uma investigação sobre lavagem de dinheiro em esquemas relacionados a jogos ilegais. Inicialmente, ela havia sido presa na capital pernambucana, mas as aglomerações formadas por fãs em frente à Colônia Penal Feminina do Recife levaram a Justiça a determinar sua transferência para uma unidade mais afastada, a cerca de 280 quilômetros da capital, em uma tentativa de evitar novos tumultos e mantê-la longe das influências urbanas.
Prisão com histórico macabro
A influenciadora agora divide o mesmo espaço penitenciário com duas das criminosas mais conhecidas de Pernambuco, Isabel Cristina Torreão Pires e Bruna Cristina Oliveira da Silva, condenadas por participarem de uma série de assassinatos que chocaram o país. Conhecidas como as “Canibais de Garanhuns”, as mulheres foram sentenciadas por envolvimento em um triângulo amoroso com Jorge Negromonte da Silveira, que também participou dos crimes. O grupo foi preso em 2012 após a polícia descobrir restos mortais de duas vítimas enterrados no quintal da casa onde os três viviam.
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O caso ganhou notoriedade não só pelos assassinatos, mas também pela alegação de que o trio utilizava carne humana das vítimas para rechear salgados, que eram vendidos na cidade. As três pessoas envolvidas foram condenadas em 2018. Enquanto Jorge cumpre pena na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, Isabel e Bruna estão encarceradas na Colônia Penal Feminina de Buíque, onde agora se encontra Deolane Bezerra.
Superlotação e cela reservada
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Deolane foi transferida para um presídio que enfrenta graves problemas de superlotação. De acordo com informações do Sindicato dos Policiais Penais do Estado, a Colônia Penal Feminina de Buíque foi projetada para abrigar 107 detentas, mas atualmente comporta 264 mulheres, mais que o dobro de sua capacidade. No entanto, devido ao seu status de figura pública, Deolane ganhou uma cela reservada, provavelmente para evitar conflitos e manter sua integridade física dentro da penitenciária.
A decisão de mantê-la em um local superlotado e com uma estrutura deficitária gerou críticas. Embora Deolane tenha uma cela separada, a realidade das demais prisioneiras expõe a precariedade do sistema prisional pernambucano.