O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse nesta quinta-feira, 11, que, se for confirmada sua indicação para o cargo de embaixador em Washington, aceitará a função e renunciará ao mandato parlamentar, exigência para que seja confirmado em uma missão permanente no exterior.
“Se for a missão dada pelo presidente eu aceitaria”, disse Eduardo em uma entrevista marcada de última hora na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, da qual é presidente.
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Com a insistência dos jornalistas sobre se renunciaria ao mandato parlamentar, o deputado confirmou: “Sim, se o presidente me confiar essa missão, eu estaria disposto a renunciar ao mandato”.
Eduardo ressaltou, durante a entrevista, que a nomeação ainda dependeria de uma conversa com seu pai e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e inicialmente, tratou do assunto como se tivesse sido pego de surpresa.
Na transmissão nas redes sociais que fez na noite desta quinta, o próprio presidente tratou da possível nomeação do filho com Araújo, que disse que Eduardo era um “excelente nome”.
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Eduardo demonstrou que o assunto era recorrente, por sua vez, ao revelar, na entrevista, que já havia consultado sua assessoria jurídica se sua nomeação poderia ser enquadrada na súmula do Supremo Tribunal Federal sobre nepotismo e também sobre a necessidade de renunciar ao mandato.
Deputado federal em segundo mandato, Eduardo é advogado e escrivão da Polícia Federal. Nos últimos anos, em preparação para a campanha do pai à Presidência, se aproximou do escritor Olavo de Carvalho, que mora nos Estados Unidos, e através dele, de Steve Bannon, ex-assessor do governo do presidente dos EUA, Donald Trump.
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Em mais de uma viagem aos EUA, Eduardo passou a se vangloriar de uma suposta proximidade com os filhos do presidente americano e antes de Bolsonaro assumir viajou ao país para fazer contatos informais em nome do pai. O presidente apontou o que chamou de “amizade” de Eduardo com os filhos de Trump como um dos predicados do filho para o posto.
Questionado sobre se sentia habilitado a desempenhar a função, o deputado afirmou que sim e defendeu a viabilidade de uma nomeação política, em vez de um diplomata de carreira, o que tem sido a praxe na política externa brasileira.