- Foto: Antonio Augusto/STF
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e o ministro Alexandre de Moraes receberam, nesta segunda-feira (10), o relator especial para liberdade de expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA), Pedro Vaca Villarreal. A reunião, que ocorreu na sede da Suprema Corte, durou cerca de duas horas e abordou a situação da liberdade de expressão no Brasil.
A visita de Villarreal ao país se estenderá até o dia 14 de fevereiro. A vinda do relator especial atende a um convite feito pelo governo brasileiro em outubro de 2024 e tem como objetivo principal a análise do atual cenário da liberdade de expressão, especialmente no ambiente digital. Durante sua permanência no Brasil, o relator se reunirá com representantes do Executivo, Legislativo e plataformas digitais para compreender diferentes perspectivas sobre o tema.
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Na reunião com os ministros do STF, Barroso detalhou uma série de eventos que, segundo ele, comprometeram a estabilidade institucional do país e demandaram uma atuação firme da Suprema Corte. O presidente do STF citou exemplos como discursos de parlamentares que incitaram agressões a ministros da Corte, além de situações que classificou como ameaças à democracia, incluindo a politização das Forças Armadas, ataques às instituições e incentivos a acampamentos que clamavam por um golpe de Estado.
O ministro Alexandre de Moraes, por sua vez, destacou a atuação do STF no combate às fake news e aos discursos de ódio nas redes sociais. Ele explicou que, nos últimos cinco anos, aproximadamente 120 perfis foram bloqueados em plataformas digitais, reforçando que não há um “quadro generalizado de remoção de perfis”. Moraes defendeu a necessidade de monitoramento de discursos que incitem a violência e comprometam a ordem democrática.
A visita do relator da OEA ocorre em um momento em que o debate sobre liberdade de expressão e regulação de conteúdo digital ganha cada vez mais relevância no Brasil e no mundo. O STF tem desempenhado um papel central na discussão sobre os limites entre liberdade de expressão e responsabilidade no ambiente digital. Decisões recentes da Corte têm imposto restrições a perfis que propagam desinformação e discursos considerados antidemocráticos.
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A agenda de Villarreal no Brasil também inclui encontros com representantes de organizações da sociedade civil, jornalistas e membros de entidades ligadas à defesa da liberdade de imprensa. A expectativa é que sua análise contribua para um relatório sobre a situação da liberdade de expressão no país, que será divulgado futuramente pela CIDH.
A liberdade de expressão é um direito fundamental garantido pela Constituição Brasileira e também um princípio defendido por organismos internacionais. No entanto, os desafios impostos pela disseminação de desinformação e discursos de ódio nas redes sociais têm levado órgãos como o STF a adotar medidas para conter eventuais abusos. O debate sobre regulação e liberdade de expressão segue sendo um dos temas centrais do atual cenário político e jurídico do país.
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**Tags:** STF, liberdade de expressão, OEA, Pedro Vaca Villarreal, Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, redes sociais, desinformação, fake news, democracia, Supremo Tribunal Federal, CIDH, regulação digital, direitos humanos