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Escândalo: Ex-contador de Lulinha confessa vínculos com chefe do PCC, afirma jornal

Ele foi ouvido pela Polícia de São Paulo no âmbito das investigações sobre o assassinato do ex-chefe da facção criminosa.

  • 05/03/2024 às 11:42

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Ao ser ouvido pela Polícia de São Paulo no âmbito das investigações sobre o assassinato do ex-chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta ou Magrelo, o contador João Muniz Leite, de 60 anos, admitiu ter prestado serviço para o traficante por cerca de cinco anos. Leite também foi contador do empresário Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, e já prestou serviços contábeis para Lula (PT). O depoimento sigiloso foi obtido pelo jornal O Estado de São Paulo (Estadão).

João Muniz Leite disse ter ganhado R$ 20 milhões em 250 prêmios sorteados em loterias. Só em 2021, teriam sido 55 vezes.

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No depoimento à polícia em São Paulo, o contador também admitiu que teve entre seus clientes um dos principais traficantes de drogas do Primeiro Comando da Capital (PCC) durante cinco anos: Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta ou Magrelo.

Muniz afirma, no entanto, que o conhecia apenas pelo nome de Eduardo Camargo de Oliveira. Segundo a polícia, essa era uma identidade falsa usada por Cara Preta para comprar empresas e lavar parte do dinheiro do narcotráfico.

Em junho de 2022, a 1.ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro da Justiça Estadual de São Paulo determinou o bloqueio de R$ 45 milhões em imóveis e ônibus de integrantes do PCC e do contador. Segundo o Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), em diversas oportunidades os valores das apostas feitas por Muniz superaram os dos prêmios. O objetivo seria esquentar o dinheiro ilegal.

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Além de prestar serviços de contabilidade para Lula e seu filho, Muniz também era homem de confiança do advogado Roberto Teixeira, o compadre do presidente.

Muniz chegou a ser ouvido como testemunha durante a Operação Lava Jato no processo do caso do triplex do Guarujá – arquivado pela Justiça em 2022 -, pelo então juiz Sérgio Moro. Na ocasião, ele afirmou que fez a declaração de Lula entre os anos de 2011 e 2015, no escritório de Roberto Teixeira, a quem prestou serviços por 14 anos, como contador de suas empresas.

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A defesa de Lulinha diz que as investigações sobre Muniz nunca atingiram o filho do presidente. Já o Palácio do Planalto afirmou que Lula não tem laços com o contador, que fez apenas poucas vezes a declaração de imposto de renda do petista.

Estadão Conteúdo

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