Parece não ter fim o drama da menina de 10 anos, moradora do interior do Espírito Santo, que teve a interrupção de uma gravidez fruto de estupro autorizada pela Justiça. Após passar mais de uma semana sob a guarda do Estado esperando uma decisão judicial e de ter tido um procedimento cancelado porque a equipe médica capixaba se negou a fazer a intervenção, a criança foi levada para Pernambuco, mas um grupo de manifestantes anti-aborto cercou o hospital neste domingo (16/8), na tentativa de impedir o procedimento.
Os manifestantes, a maioria religiosos ou membros de grupos de extrema-direita, alega que a gestação da menina já passou das 20 semanas e que mesmo o aborto legal a essa altura seria proibido. O tempo de gestação da menina, porém, não foi confirmado oficialmente.
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O limite legal para o aborto quando a mulher é vítima de estupro é de 22 semanas de gestação e 500g de peso do feto.
O caso dela foi identificado pelas autoridades de São Mateus (ES) no último dia 8 de agosto, quando ela foi atendida em um hospital e teve a gravidez atestada. Chamada a polícia, a criança contou que sofria abusos há 4 anos. O autor seria um tio da vítima. O homem de 33 anos teve a prisão decretada e está foragido.
A autorização judicial para o aborto, pedido pelo Ministério Público, veio na sexta-feira (14/8). Nesse sábado (15/8), um hospital de Vitória (ES) alegou motivos técnicos para não realizar o procedimento e a Justiça determinou a ida da menina para outro estado.
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Veja vídeos publicados nas redes sociais dos protestos em frente ao hospital no Recife na tarde deste domingo:
No Recife, evangélicos protestam contra aborto de menina estuprada https://t.co/nKwJIHzaqa pic.twitter.com/uxU3nDF0ZJ
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— LeiaJa.com (@LeiaJaOnline) August 16, 2020
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Integrantes da Frente Nacional Pela Legalização do Aborto relatam que o grupo extremista católico gritava na frente do hospital que a criança de 10 anos era "assassina". As ativistas estão reagindo: "Estamos aqui para garantir a segurança da menina"pic.twitter.com/3mw7shDiU8
— BCPolítica (@BCPolitica) August 16, 2020
Ainda não há confirmação sobre a realização da intervenção de interrupção da gravidez.