Mulheres do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e do (Movimento Camponês Popular (MCP) ocuparam, nesta quarta-feira (13), uma fazenda do médium João de Deus, em Goiás. Segundo nota enviada pela entidade, o território é fruto do “abuso, do estupro e da violência”.
O médium João Teixeira de Farias, conhecido como João de Deus, está preso há quase três meses acusado de estuprar dezenas de mulheres durante atendimentos sexuais em Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal. Ele também responde por posse ilegal de arma de fogo, mas nega ter cometido qualquer crimes.
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De acordo com o MST, cerca de 800 pessoas invadiram a fazenda Agropastoril Dom Inácio, em Anápolis, entre os distritos de Interlândia e Souzânia. A Polícia Militar informou que ainda não tem informações sobre o ato.
Essa é uma das sete propriedades rurais que o médium relatou ter em depoimento à Polícia Civil. Na ocasião, João de Deus relatou que elas rendem R$ 60 mil, mas não especificou se este lucro é mensal ou anual. Ainda no depoimento, ele disse ter “várias” casas e não sabe quantos carros possui.
Vandalismo
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Em 26 de dezembro, a mesma fazenda foi invadida e alvo de vandalismo. Segundo o boletim de ocorrências, uma das portas foi arrombada e o imóvel foi revirado.
Na época, o caso foi registrado na Polícia Civil. De acordo com os relatos do gerente da propriedade à corporação, não houve arrombamento nos cadeados das porteiras, mas havia sinais de manobras de carro na entrada.
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Processos contra o médium
- Ações na Justiça: João de Deus já virou réu três vezes por violação sexual e estupro de vulnerável. A mulher dele, Ana Keyla Teixeira, também foi denunciada no crime envolvendo os armamentos, e o filho, Sandro Teixeira, por intimidação das testemunhas;
- Apuração no MP: O órgão segue colhendo e analisando novas denúncias de mulheres que se dizem vítimas do médium;
- Investigação: Polícia Civil aguarda laudos para concluir a investigação sobre lavagem de dinheiro, devido aos mais de R$ 1,6 milhão e pedras preciosas aprendidos em imóveis do médium.
Desde a prisão do médium, a defesa dele tenta a soltura ou a transferência para prisão domiciliar. O médium teve habeas corpus negado por posse ilegal de arma em caráter liminar no TJ-GO e por abusos sexuais no Superior Tribunal de Justiça (STJ).