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Justiça atrasada: Mulher se torna policial e prende assassino do pai 25 anos depois

Após perder o pai assassinado em 1999, a mulher não desistiu de buscar justiça.

  • Por AM POST

  • 27/09/2024 às 06:40

  • Leitura em três minutos

Em um desfecho emocionante que marca o encerramento de um longo ciclo de dor, a escrivã Gislayne Silva de Deus, de 36 anos, participou da operação da Polícia Civil de Roraima que resultou na prisão de Raimundo Alves Gomes, acusado de assassinar seu pai da agente, Givaldo José Vicente de Deus, em 1999. O crime, ocorrido durante uma briga por uma dívida de R$ 150, deixou Gislayne e suas quatro irmãs órfãs, mudando suas vidas para sempre.

“Com a prisão dele, lavei minha alma e a de toda minha família. Foi o encerramento de um ciclo. Hoje temos paz e o sentimento de que a justiça foi feita”, declarou Gislayne, emocionada, em entrevista ao g1. A prisão de Raimundo, que estava foragido desde 2016, aconteceu na noite de quarta-feira (25) em Boa Vista, e foi registrada em vídeo.

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O assassinato ocorreu no dia 16 de fevereiro de 1999, quando Givaldo, então com 35 anos, foi morto à queima-roupa. Apesar de ter levado a vítima ao hospital, Raimundo fugiu e só foi julgado 14 anos depois, em 2013, sendo condenado a 12 anos de prisão. Desde então, o caso ficou sem resolução até que Gislayne, após se formar em direito e ingressar na polícia, tomou a iniciativa de encontrá-lo.

“A sensação que eu e a minha família temos hoje é de que a justiça foi feita e que a gente finalmente vai ter paz”, disse Gislayne. Em 2022, ela ingressou na polícia penal de Roraima, onde atuou em unidades prisionais e começou a sonhar em ver o assassino do pai atrás das grades. Um ano depois, passou no concurso da Polícia Civil e pediu para ser lotada na Delegacia Geral de Homicídios, na esperança de desvendar o paradeiro de Raimundo.

A escrivã reuniu informações e localizou o último mandado de prisão, expedido em 2019. A prisão foi realizada em uma área de chácaras, no bairro Nova Cidade. Raimundo passou por audiência de custódia e teve a prisão mantida, sendo encaminhado para o sistema prisional.

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Gislayne destacou o papel da família na busca pela justiça: “Essa nossa participação de buscar, ir atrás, não deixar ele ficar impune já tem um bom tempo. Se nós não estivéssemos lá, não teria tido júri e o promotor teria pedido absolvição.” Ela enfatizou que, embora a prisão não traga seu pai de volta, “ele [o assassino] vai cumprir a pena que deveria ter cumprido há muitos anos”.

Bruno Caciano, advogado e presidente da Associação Nacional da Advocacia Criminal (Anacrim) em Roraima, esclareceu que, no caso de Raimundo, o crime prescreve em 16 anos a partir do julgamento, o que significa que, sem a ação da família e da polícia, a justiça poderia não ter sido alcançada.

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Com o fechamento deste capítulo doloroso, Gislayne celebra não apenas a prisão do homem que destruiu sua infância, mas também a realização de um sonho de vida profissional que, de forma inesperada, se entrelaçou com sua busca pessoal por justiça.

Redação AM POST

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