A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira a 25ª fase da Operação Lava Jato e cumpriu, em Lisboa, mandado de prisão preventiva contra Raul Schmidt Felippe Junior, operador de propinas que atuava na distribuição de dinheiro sujo aos ex-diretores da Petrobras Jorge Zelada, Renato Duque e Nestor Cerveró. Schmidt estava foragido desde julho de 2015, quando foi expedida a ordem de prisão, e seu nome constava do alerta de difusão da Interpol. Esta é a primeira operação internacional da Lava Jato, que completou dois anos na última semana.
Segundo investigadores, a atuação do lobista já havia sido detectada desde que foram mapeadas irregularidades cometidas pelo o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Jorge Zelada, já condenado na Lava Jato. Entre outros pontos, Schmidt integrava um esquema de corrupção para beneficiar a empresa americana Vantage Drilling no contrato de afretamento do navio-sonda Titanium Explorer. Para os procuradores da força-tarefa do Ministério Público, pelo menos 31 milhões de dólares do esquema foram parar nas mãos de Zelada, do ex-gerente da Petrobras Eduardo Musa e do PMDB, responsável pelo apadrinhamento político do ex-dirigente. No esquema, os lobistas Hamylton Padilha, Raul Schmidt e João Augusto Henriques atuavam como intermediários da negociação, sendo que cabia a Schmidt depositar a propina reservada a Zelada.
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Além de atuar como operador financeiro no pagamento de propinas, a Lava Jato encontrou indícios de que o lobista aparecia como preposto de empresas internacionais nas negociações de contratos de exploração de plataformas da Petrobras.
Raul Schmidt foi preso em Lisboa, depois de ter deixado a cidade de Londres, onde morava, após o estouro da Operação Lava Jato. O lobista também tem naturalidade portuguesa e deve agora passar por um processo de extradição para que possa ser julgado no Brasil.