Neste sábado (25), estudantes, funcionários e professores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) campus Guarulhos realizaram uma manifestação durante um evento que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Grande São Paulo. O protesto ocorreu em meio a um discurso do presidente, que aproveitou a ocasião para atacar o ex-presidente Bolsonaro.
Lula, ao perceber os manifestantes levantando cartazes que anunciavam a greve, fez questão de destacar: “Queria lembrar, estou vendo alguns companheiros, levantando um cartaz ali para mim: ‘Estamos de greve’. Que bom que vocês podem vir num comício do Lula e levantar um cartaz dizendo que estão em greve, que bom”.
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O presidente aproveitou a ocasião para comparar a atual situação com o período do governo Bolsonaro, mencionando que, anteriormente, os estudantes não tinham a mesma liberdade para se manifestar. “Há pouco tempo, os estudantes não podiam se manifestar. Os professores não podiam reivindicar. Os reitores não podiam reclamar, e o governo não estava disposto a negociar”, declarou Lula. Essa comparação visava sublinhar a diferença no tratamento das universidades públicas entre os dois governos.
A manifestação dos integrantes da Unifesp não se limitou à greve. Entre as reivindicações, os manifestantes também levantaram faixas contra o Novo Ensino Médio, uma reforma que tem gerado controvérsias e críticas entre educadores e estudantes. A insatisfação com a política educacional atual foi um dos pontos centrais do protesto.
Além das questões trabalhistas e educacionais, a falta de verbas para as universidades federais tem sido um tema recorrente de preocupação. Na mesma semana do protesto, a reitora da Unifesp revelou em entrevista à Folha de S. Paulo que a universidade só possui recursos suficientes para custear suas despesas básicas até setembro deste ano. Essa declaração evidencia a gravidade da situação financeira enfrentada pelas instituições de ensino superior no Brasil.
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Os reitores das universidades federais têm se manifestado publicamente sobre a necessidade urgente de mais investimentos para garantir o pleno funcionamento das instituições. A precariedade orçamentária coloca em risco não apenas o cotidiano acadêmico, mas também a qualidade do ensino e a continuidade de projetos de pesquisa essenciais para o desenvolvimento científico e tecnológico do país.