Um dos vice-líderes do governo no Congresso, o deputado Pastor Marco Feliciano (Podemos-SP) deu entrada nesta terça-feira (16) a um pedido de impeachment contra o vice-presidente da República, Hamilton Mourão. Para o deputado, Mourão tem “conduta indecorosa, desonrosa e indigna” e conspira contra o presidente Jair Bolsonaro.
“A nação não pode ficar à mercê dos maus governantes, da vaidade e do despreparo emocional daqueles que alçados a cargos de relevo se deslumbram com o poder”, escreveu o pastor no documento. Mourão respondeu ao Congresso em Foco, por meio de sua assessoria, que não vai comentar o assunto. Os motivos listados pelo deputado para embasar seu pedido vão desde a curtida do vice-presidente em um comentário crítico a Bolsonaro nas redes sociais às suas posições no campo moral diferentes das manifestadas pelo presidente e pela bancada evangélica, como no caso do aborto. “Deve ser uma decisão da mulher”, defendeu o vice.
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A reportagem também procurou o deputado, mas ele não retornou os contatos. São mínimas as chances de o pedido prosperar, já que precisa do aval do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para começar a tramitar. Também existe uma controvérsia jurídica se é possível ou não solicitar o impedimento de um vice-presidente.
“Somos amadores”
O deputado assumiu uma cadeira na vice-liderança do governo no Congresso dias após fazer duras críticas à articulação governista e ao próprio vice-presidente.
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Em tom de aconselhamento a Bolsonaro, Feliciano afirmou que a comunicação do governo estava péssima, que ministros estavam deslumbrados com o poder, que parlamentares aliados eram despreparados, que Mourão produzia “um incêndio amigo” a todo segundo e que o presidente estava sendo “espancado diariamente” na Câmara. “Amigos, a esquerda é profissional e, me perdoem, somos amadores”, escreveu no Twitter no início de março.