A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta quarta-feira (4/9) que a Floresta Amazônica está perdendo “umidade”, o que pode tornar a região ainda mais suscetível a incêndios, inclusive aqueles de origem natural.
Segundo Marina, os dados indicam que, com o agravamento da crise climática, a Amazônia, conhecida por sua alta umidade, está mudando de perfil, o que a deixa mais vulnerável. “Estamos em um processo severo de mudança climática, com a floresta perdendo umidade e se tornando vulnerável a incêndios, seja por ignição humana ou, futuramente, por fenômenos naturais, como a incidência de raios”, explicou a ministra durante a Comissão de Meio Ambiente do Senado.
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A ministra detalhou que incêndios naturais não são provocados pela ação humana, mas sim por descargas elétricas, como raios, e combustão espontânea, fenômenos comuns em regiões secas, como o Cerrado, mas não na Amazônia, uma floresta tropical úmida.
Marina foi convidada pela comissão para discutir o combate aos incêndios na Amazônia e no Pantanal. Durante sua participação, ela alertou que o cenário pode se tornar “completamente incontrolável”. A ministra também mencionou dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que mostram uma redução de 50% no desmatamento da Amazônia Legal em 2023, o menor índice desde 2018.
Marina detalhou que 27% das áreas queimadas na Amazônia são de regiões agropecuárias, 41% em vegetação não florestal, como pastagens, e 32% em áreas florestais. Ela enfatizou a importância da articulação entre o governo federal e os estados da região amazônica e do Pantanal para enfrentar as queimadas. Segundo a ministra, o esforço atual é para “empatar o jogo”, buscando mitigar os danos e reverter as condições desfavoráveis, agravadas pela combinação dos efeitos de La Niña, El Niño, desmatamento e seca histórica.