O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, assegurou nesta quinta-feira (12), em São Paulo, que a segurança energética do Brasil está garantida para o ano de 2024. A declaração do ministro ocorreu após um encontro com o ministro do Meio Ambiente e Segurança Energética da Itália, Gilberto Pichetto Fratin, durante um evento focado em novas ações para a melhoria dos serviços prestados pela empresa italiana Enel Distribuição São Paulo.
Silveira destacou que não há previsão de racionamento de energia para o próximo ano e que o governo está atualmente discutindo estratégias para mitigar o impacto das tarifas de energia para os consumidores. “Este ano não teremos problemas energéticos. A segurança energética está garantida, e estamos trabalhando para garantir que esta segurança não resulte em custos elevados para o consumidor”, afirmou o ministro. Ele ressaltou que, embora o país esteja em uma posição sólida para 2024, a segurança energética não deve comprometer a acessibilidade tarifária, uma vez que uma solução baseada exclusivamente em energia térmica seria economicamente inviável.
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No entanto, Silveira expressou preocupações em relação ao cenário para 2025, citando a situação hidrológica atual como uma fonte de inquietação. “Estamos cientes das dificuldades climáticas e hidrológicas que podem afetar nosso setor energético. Não haverá negligência por parte do governo em relação a essas questões”, disse ele, reforçando a necessidade de um planejamento cuidadoso e de medidas proativas.
Como parte do esforço para garantir uma oferta estável de energia, o governo planeja leilões para a construção de novas usinas térmicas. Atualmente, o parque térmico do Brasil tem uma capacidade de cerca de 20 gigawatts (GW), e o planejamento até 2031 prevê a duplicação dessa capacidade. “O aumento da temperatura e o elevado consumo de energia, que alcançou 105 gigawatts em uma tarde este ano, mostram a necessidade urgente de expandir nossa capacidade térmica”, explicou Silveira.
No que diz respeito à melhoria da qualidade dos serviços, a Enel Brasil, responsável pela distribuição de energia em São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará, apresentou ao ministro uma série de iniciativas para enfrentar os desafios recentes, como os apagões ocorridos no início de 2024. A empresa anunciou investimentos de aproximadamente R$ 2 bilhões por ano em São Paulo para modernização e expansão da rede, um aumento de 45% em relação à média dos últimos seis anos. No Ceará, os investimentos também crescerão em 45%, totalizando R$ 1,6 bilhão anuais, enquanto no Rio de Janeiro, cerca de R$ 1,16 bilhão serão aplicados até 2026.
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A Enel também planeja a contratação de cinco mil novos colaboradores e a integração de 1.650 novos veículos à sua frota até 2026. Em São Paulo, a empresa realizará 600 mil podas na área de concessão em 2024, um aumento de 100% em relação ao ano anterior. Estas ações fazem parte das medidas de conformidade com o decreto do Ministério de Minas e Energia publicado em junho, que estabeleceu regras mais rígidas para a concessão de distribuição de energia elétrica.
O ministro Silveira destacou que as melhorias apresentadas pela Enel são resultado das novas diretrizes do decreto, que visam garantir um serviço de maior qualidade e a adequação das distribuidoras às exigências atuais. Para contratos em vigor, as distribuidoras têm a opção de se adaptar às novas regras para renovação de suas concessões.
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Com essas medidas e investimentos, o governo e a Enel buscam assegurar uma oferta de energia confiável e de qualidade para os brasileiros, minimizando os impactos para os consumidores e preparando o setor para os desafios futuros.