Uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) resultou na destruição de dezenas de dragas, embarcações usadas no garimpo, no leito do rio Madeira, em Porto Velho. A operação, chamada “Metal Líquido,” teve como objetivo combater a extração ilegal de ouro na região.
No total, 144 balsas usadas por garimpeiros locais foram inutilizadas durante a operação. A prática de destruir as embarcações é permitida por lei em casos de crimes ambientais, a fim de evitar futuras infrações.
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A operação envolveu 60 policiais federais e quatro servidores do Ibama e ocorreu ao longo de segunda-feira (9) e terça-feira (10). Segundo estimativas da PF, cada draga emite cerca de quatro toneladas de poluentes, resultantes da queima de combustíveis, e meio quilo de mercúrio por semana.
O mercúrio é amplamente utilizado no garimpo de ouro devido à sua capacidade de aderir ao metal precioso, facilitando a separação. No entanto, após essa etapa, o metal é aquecido até evaporar, liberando mercúrio na atmosfera. Esse mercúrio deposita-se nos rios por meio das chuvas, representando uma séria ameaça à saúde de animais e seres humanos devido à sua alta toxicidade.
A delegada Larissa Magalhães Nascimento, superintendente regional da Polícia Federal em Rondônia, enfatizou que a operação atingiu seu objetivo de minimizar a atividade de mineração nos rios do estado, uma atividade que causa prejuízos à população.
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A PF ainda informou que estudos realizados pela equipe de perícia técnica da corporação evidenciaram a contaminação de ribeirinhos e comunidades indígenas que consomem água e peixes de regiões com alta densidade de dragas de garimpo de ouro. Segundo a Polícia Federal, os índices encontrados são três vezes superiores ao limite indicado pela Organização Mundial da Saúde.