- Foto: Reprodução Pixabay
Notícias do Amazonas – A Amazônia enfrenta uma crise de queimadas, com 102.993 focos de calor registrados até o dia 25 de setembro de 2024, número que já ultrapassa o total de queimadas em todo o ano de 2023, que foi de 98.646. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e refletem uma situação alarmante, especialmente considerando que setembro deste ano já se destaca como o mês com mais queimadas, superando a média histórica.
O acúmulo de 39.804 focos de calor apenas neste mês ultrapassa a média de 32,2 mil registros para setembro. Embora historicamente se espere uma redução em outubro devido ao fim do verão amazônico, a situação atual exige uma resposta mais robusta do governo, que tem sido criticado pela sua ineficácia.
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A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, atribui parte do aumento nas queimadas à seca severa que afeta a região. “Estamos diante de uma situação com matéria orgânica muito seca, em processo de combustão fácil devido à baixa umidade e alta temperatura”, afirmou a ministra. No entanto, essa explicação não justifica totalmente o aumento alarmante das queimadas, já que as ações governamentais têm sido insuficientes.
Os dados do Monitor de Secas revelam que 3.978 municípios estão enfrentando algum nível de seca, um problema que se intensificou com a ocorrência do El Niño. “O El Niño faz com que o período seco seja mais severo”, explicou a diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Ane Alencar. Mesmo assim, o governo Lula não tem conseguido implementar medidas eficazes para conter a situação, evidenciando uma falta de planejamento e ação.
Apesar de uma redução de 50% no desmatamento em 2023 em comparação a 2022, essa queda não foi suficiente para conter o aumento das queimadas, que aumentaram significativamente em outros biomas. No Cerrado, por exemplo, foram registradas 66.868 queimadas, um aumento de 87% em relação ao ano passado. O Pantanal também sofreu um aumento drástico, com 11.485 focos de calor, um crescimento chocante de 1.666%.
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A ministra Marina Silva admitiu publicamente que as estratégias do governo para combater as queimadas são inadequadas. “O que planejamos não foi suficiente”, reconheceu. Essa falta de efetividade reflete uma postura que pode ser interpretada como negligência em relação à preservação ambiental e à proteção do bioma amazônico.
Especialistas, como Alencar, sugerem medidas urgentes, como restringir o crédito nas áreas afetadas pelas queimadas e aumentar as penalidades para quem causa incêndios. No entanto, a hesitação do governo em implementar ações decisivas levanta preocupações sobre a real capacidade de lidar com a crise ambiental em curso.
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A situação atual evidencia não apenas a gravidade da crise das queimadas, mas também uma gestão pública que falha em proteger a Amazônia. Com mais de 205 mil queimadas registradas em todo o Brasil até agora, a necessidade de uma resposta eficaz e rápida do governo se torna cada vez mais evidente.
Redação AM POST