- Foto: Reprodução
A ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), afirmou haver indícios de uma suposta atuação do governador do Acre, Gladson Cameli (PP-AC), como líder de uma organização criminosa instalada no Executivo do estado. O político virou réu pelos crimes de corrupção passiva, peculato, lavagem de dinheiro e fraude à licitação. Ele é acusado de liderar um esquema que teria desviado mais de R$ 16 milhões em recursos públicos.
A denúncia foi feita Procuradoria-Geral da República (PGR) e aceita pelo STJ na última quarta-feira (15). Os ministros da Corte Especial do STJ, no entanto, não aceitaram pedido da PGR para que o governador fosse afastado do cargo.
PUBLICIDADE
Segundo Nancy Andrighi, que é relatora do caso, os elementos colhidos no curso da investigação anterior à abertura do processo apontam que o governador do Acre integra uma organização criminosa com a finalidade de praticar crimes de fraude à licitação, peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
“Em juízo sumário de cognição, restou demonstrado que a organização criminosa agia de forma estruturalmente organizada, caracterizada pela divisão formal de tarefas e com o objetivo de obter, direta e indiretamente, vantagem indevida derivada dos crimes de fraude à licitação, peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro”, frisou a relatora.
As investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF) apontam que o governador seria o chefe da organização criminosa e beneficiário central das vantagens. “Há indícios de que Gladson Cameli agiu ativamente para assegurar a execução do esquema investigado, escolhendo, sem qualquer critério técnico, as empresas que receberiam os pagamentos do Estado do Acre por serviços prestados”, indicou.
PUBLICIDADE
A relatora Nancy Andrighi frisa ainda que constam nos autos “diversas movimentações financeiras que apontam que a verba, possivelmente desviada do erário, enriqueceu Gladson e seu núcleo familiar”.