
Foto: Reprodução
Durante mais de 10 anos, um trabalhador de 50 anos foi mantido como empregado em uma propriedade rural sem receber salários e morando em um paiol usado como galinheiro, em Itapirapuã Paulista, no interior de São Paulo. Ele era obrigado a dormir junto com as galinhas para evitar que elas escapassem para o chiqueiro ao lado do galpão e fossem devoradas pelos porcos. Nesta quinta-feira, 5, o homem que vivia em condições semelhantes à escravidão foi resgatado por uma equipe do Ministério Público do Trabalho (MPT).
O homem trabalhava nos campos de milho e feijão em troca de comida e moradia, de acordo com o MPT. Dentro do galpão de madeira, ele dormia em uma cama velha e suja, junto com os equipamentos e ferramentas de trabalho, incluindo embalagens de produtos químicos e pesticidas. O ambiente estava sujo com fezes de animais, sem nenhuma higiene. Não havia armários para guardar roupas e elas ficavam espalhadas pelo local.
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Devido ao espaçamento entre as tábuas, ele ficava exposto ao frio e à chuva no local, além de correr o risco de ser atacado por animais venenosos, como cobras e ratos, que eram atraídos pelo milho armazenado ali. Não havia banheiro e o trabalhador era obrigado a usar o banheiro da casa do seu empregador, o dono da pequena propriedade.
Não foram fornecidos equipamentos de proteção ou treinamento para as tarefas que ele realizava na plantação, incluindo a limpeza de duas fossas sépticas extremamente insalubres.
Segundo o MPT, o trabalhador mostrou-se visivelmente com medo do empregador, alegando que era agredido fisicamente por ele, que o forçava a trabalhar. No passado, durante uma briga entre a vítima e o irmão do empregador, o proprietário da terra desferiu um golpe com facão no antebraço esquerdo do trabalhador.
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Apesar de ter mais de 50 anos de idade, o homem não possui documento de identidade, apenas uma certidão de nascimento. “É possível verificar que a situação em questão resulta de uma grave exclusão social pela qual foi submetido o trabalhador resgatado durante anos”, disse Marcus Vinícius Gonçalves, da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Conaete).
Apesar de ter mais de 50 anos de idade, o homem não possui documento de identidade, apenas uma certidão de nascimento. “É possível verificar que a situação em questão resulta de uma grave exclusão social pela qual foi submetido o trabalhador resgatado durante anos”, disse Marcus Vinícius Gonçalves, da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Conaete).
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Estadão Conteúdo