O candidato à presidência Fernando Haddad (PT) particiou de uma ato político na noite de terça-feira (23), na região central do Rio de Janeiro. Segundo os organizadores ao UOL, o evento teve cerca de 70 mil pessoas presentes.
O ato teve a participação de diversos artistas que apoiam o petista. Um deles, o rapper Mano Brown, foi o destaque da noite com seu discurso em tom de crítica ao PT.
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“Vim representar a mim mesmo e não representar ninguém. Não gosto de clima de festa e a cegueira que atinge lá atinge cá também. Tem mais 30 milhões de votos de diferença, não tem margem para alcançar. Estou realista. O Partido dos Trabalhadores tem que entender o povo”, disse o músico.
“Falar bem do PT é fácil, tem que falar para uma multidão que precisa ser conquistada, senão vamos cair no abismo”, completou o rapper enquanto algumas pessoas vaiavam, de acordo com o UOL.
O cantor Caetano Veloso assumiu o microfone logo na sequência e tentou amenizar os ânimos de quem esteve presente ao ato. “Há meios de dizer àqueles que se deixaram hipnotizar por essa onda. Estou aqui por isso, assim como vocês e o Mano Brown. O que estamos para defender aqui é a dignidade de cada brasileiro”, afirmou.
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Haddad foi outro a contemporizar a fala de Brown e disse que era preciso ouvir com cuidado o que o músico falava. “O que ele disse é sério, as pessoas da periferia estão com ódio, desempregadas, tiveram que deixar a universidade. Precisamos abraçar e conversar com essas pessoas, não são nossos inimigos”, disse o candidato.
Chico Buarque também aproveitou seu discurso para defender Mano Brown. Segundo o cantor, ele entende o sentimento de Brown, mas afirmou que ainda acredita na vitória de Haddad no segundo turno.
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“Eu entendo o Mano Brown, tendo a concordar, sei que vai ser difícil, mas eu ainda acredito ser possível”, disse.
Chico disse que pode ocorrer de pessoas que votaram em Bolsonaro no primeiro turno se sensibilizem com discursos agressivos do capitão da reserva e episódios de violência política nas últimas semanas.
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“Talvez aqueles eleitores que votaram em Bolsonaro, os chamados coxinhas, se sensibilizem com essa onda de boçalidade, com morte de gays, trans, travestis, mulheres, negros e capoeiras. Quem sabe o povo pobre, que votou em Bolsonaro, contra si mesmo porque a proposta dele vai contra essas pessoas, mude de ideia na hora do voto. Não queremos mais mentira, não queremos mais a força bruta. Queremos Fernando e Manuela”, disse ele, seguido de gritos de “eu acredito” do público.
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