Caso Djidja Cardoso – Na manhã desta segunda-feira (10), o delegado Cícero Túlio, titular do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), detalhou a profunda e perturbadora ligação entre a seita ‘Pai, Mãe, Vida’ e dois indivíduos chave: o coach Hatus Silveira e o dono da clínica veterinária MaxVet, José Máximus. Ambos desempenharam papéis significativos na complexa operação da seita, que envolvia a manipulação religiosa e o uso de entorpecentes para controlar seus membros.
Envolvimento de Hatus Silveira
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Hatus Silveira, conhecido por seu trabalho como coach de vida e fisiculturista, foi indicado por Bruno Lima, ex-noivo de Djidja Cardoso, como uma pessoa capaz de facilitar o acesso a substâncias controladas. A combinação de sua profissão e seu uso pessoal de medicações veterinárias fez dele uma figura central na operação da seita.
Segundo o delegado Túlio, Hatus utilizava sua rede de contatos, estabelecida por meio de sua carreira no fisiculturismo, para obter ketamina e outras substâncias. Essa conexão foi essencial para a seita, que dependia dessas drogas para suas práticas de manipulação.
As investigações revelaram que Hatus não apenas participava ativamente na aquisição das drogas, mas também colaborava estreitamente com Cleusimar, mãe de Djidja, para garantir a disponibilidade contínua da substância.
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José Máximus e a Clínica Veterinária MaxVet
José Máximus, proprietário da clínica veterinária MaxVet, também desempenhou um papel fundamental na operação da seita, fornecendo a ketamina usada nos rituais e sessões de transe.
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Através de sua clínica, o empresário foi o principal fornecedor da ketamina para a seita. Embora ele não soubesse que a droga estava sendo usada especificamente para manipulação religiosa, ele tinha consciência de que a substância era vendida para uso humano recreativo, visando seus efeitos psicotrópicos.
O delegado Cícero Túlio destacou que, embora José não estivesse diretamente envolvido nos rituais da seita, ele sabia que estava vendendo a droga de forma irregular e que ela não seria usada para fins veterinários legítimos.
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Operação Ilegal
A participação de José Máximus na rede de fornecimento da ketamina foi crítica para a continuidade das práticas da seita. Sua clínica servia como um ponto de distribuição, facilitando o acesso da seita à droga e permitindo que ela sustentasse suas operações de manipulação.
Conexão com a Morte de Djidja Cardoso
A morte de Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido, em 28 de maio deste ano, trouxe à tona as práticas obscuras da seita ‘Pai, Mãe, Vida’. Djidja, que era uma figura cultural proeminente, foi vítima das manipulações e abusos perpetrados pelos líderes da seita, exacerbados pelo uso de ketamina.
O envolvimento de Hatus Silveira e José Máximus expôs como a seita conseguiu operar com um fornecimento constante de drogas, mascarado por uma fachada de práticas espirituais e religiosas. A investigação revelou que essas substâncias desempenharam um papel crucial no controle e na exploração dos membros da seita.
Investigação e Próximos Passos
A Polícia Civil continua a investigar as profundezas da operação da seita ‘Pai, Mãe, Vida’. A conexão entre Hatus Silveira e José Máximus demonstra como a seita explorou diversas facetas da sociedade para manter sua influência. A exposição desses vínculos é um passo significativo para entender e desmantelar completamente a estrutura da seita.
A investigação também busca esclarecer todos os aspectos da participação desses indivíduos e garantir que todos os envolvidos sejam responsabilizados por suas ações. O delegado Cícero Túlio enfatizou que a Polícia Civil está empenhada em trazer justiça para as vítimas e evitar que tais abusos aconteçam novamente.
O caso ‘Pai, Mãe, Vida’ é um exemplo alarmante de como a manipulação religiosa e o abuso de substâncias podem ser combinados para explorar e controlar indivíduos vulneráveis. A revelação do papel do coach Hatus Silveira e do dono da clínica veterinária José Máximus sublinha a complexidade e a profundidade das operações da seita, e a necessidade contínua de vigilância e ação por parte das autoridades para proteger a comunidade.
*Luiza Araújo – Redação AM POST