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Caso Djidja Cardoso

Inquérito policial aponta que Djidja Cardoso era agredida e torturada pela mãe em Manaus

Em depoimento à polícia, funcionária da família contou que Djidja estava fraca e mal conseguia se defender.

  • Por AM POST

  • 04/09/2024 às 18:19

  • Leitura em três minutos

A morte de Djidja Cardoso, que ganhou destaque como sinhazinha do Boi Garantido no Festival Folclórico de Parintins entre 2016 e 2020, continua a chocar a sociedade amazonense. Djidja usava ketamina e foi encontrada morta em maio deste ano, e os desdobramentos do caso trazem à tona detalhes perturbadores sobre a vida da empresária. De acordo com um inquérito policial, revelado nessa terça-feira (3) pelo portal g1, Djidja sera agredida e torturada pela sua própria mãe, a empresária Cleusimar Cardoso, que está presa.

O inquérito, que estava sob sigilo de Justiça durante as investigações, aponta que Djidja era vítima de agressões físicas por parte da matriarca da família. Segundo depoimentos colhidos pela polícia, a jovem sofria arranhões na cabeça, beliscões e torções nos braços. Essas informações foram confirmadas pela empregada doméstica da família, que prestou depoimento às autoridades.

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A funcionária, cuja identidade foi preservada, relatou ter testemunhado diversas situações em que Cleusimar agredia a filha. Em seu depoimento, ela afirmou que Djidja, desesperada, pedia para que as agressões cessassem, mas era ignorada pela mãe. Um vídeo, incluído no inquérito, mostra o couro cabeludo de Djidja com um corte profundo, cuja origem permanece desconhecida, mas que reforça as denúncias de violência.

O envolvimento da família com a droga sintética cetamina também foi destacado no inquérito. Segundo a empregada, a substância era amplamente utilizada por Cleusimar e Djidja, que eram líderes do grupo religioso “Pai, Mãe, Vida”. Acreditando que o uso do entorpecente conduziria os fiéis à plenitude espiritual, a família promovia o uso indiscriminado da droga. Djidja, conforme o depoimento da funcionária, acabou se tornando dependente da substância.

“Ela ficou muito dependente, então ela não vivia mais sem. Várias vezes a gente tentou fazer alguma coisa, nós fizemos BOs. Porém, a mãe e os funcionários proibiram nossa entrada. A gente não podia fazer nada”, afirmou a doméstica, descrevendo a angústia daqueles que tentaram ajudar Djidja, mas foram impedidos pela própria família.

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O uso da cetamina, a violência doméstica e o ambiente de manipulação criado no seio da família sugerem que Djidja viveu seus últimos anos em um verdadeiro cárcere privado, marcado por tortura e dependência química.

A 3.ª Vara de Delitos de Tráfico de Drogas da Comarca de Manaus deu início, nesta quarta-feira (4), à Audiência de Instrução na Ação Penal envolvendo o ‘Caso Djidja’.

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