O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), foi convidado para participar da reunião entre os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Ali, marcada para quinta-feira (14) em São Vicente e Granadinas. Contudo, Lula optou por enviar o assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, em seu lugar.
O encontro visa discutir a disputa territorial envolvendo a região de Essequibo. Celso Amorim esteve em Caracas com Maduro em 24 de novembro para abordar a questão, diante da possibilidade de um conflito armado entre as nações. Recentemente, Maduro telefonou para Lula, que expressou a importância de evitar medidas unilaterais que possam levar a uma escalada da situação. O ministro da Defesa, José Múcio, assegurou que o Brasil não permitirá o uso do território de Roraima para uma eventual ação dos venezuelanos contra a Guiana, reforçando a preservação da fronteira nacional.
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A mediação da reunião será realizada pela Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) e pela Caricom (Comunidade do Caribe). O primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, descreveu a reunião como “histórica” e previu seu sucesso em carta enviada aos líderes Maduro e Ali.
Entenda o Contexto: Os venezuelanos votaram e aprovaram, em 3 de dezembro, em referendo consultivo, a anexação da região de Essequibo, correspondendo a 74% do território da Guiana. A disputa territorial entre os países persiste por mais de um século, e Essequibo, com 160 mil km², é rico em petróleo e minerais, além de possuir saída para o Oceano Atlântico.
O governo da Guiana classificou a medida como provocativa, ilegal e nula em termos jurídicos internacionais em 11 de novembro, acusando Maduro de crime internacional ao tentar enfraquecer a integridade territorial do Estado soberano da Guiana.