Por Cristina Monte
Você sabia que metade do Produto Interno Bruto (PIB) mundial depende da natureza e da biodiversidade? Eu não sabia, e essa afirmação, do Relatório The New Nature Economy Report, me fez pensar como estamos cada vez mais refém do capital. Então me pergunto como estamos construindo (ou destruindo) o nosso planeta?! E essa análise – mesmo que superficial – inclui cerca de oito bilhões de seres humanos utilizando diariamente os recursos naturais da Terra, parece bem razoável que o mundo possa entrar em colapso a qualquer momento!
PUBLICIDADE
A responsabilidade das empresas
Mas, voltando um pouco pro passado, lá pelos idos da década de 90 surgiu nas corporações o setor de Responsabilidade Socioambiental, justamente como uma estratégia dos head das empresas para minimizar os impactos causados pelo uso inadequado dos recursos naturais, dar transparência às relações com os stakeholders e estimular a ética nos negócios!
Ajudaram – também para essa ponta de conscientização – alguns desastres ambientais que se tornaram verdadeiros escândalos e colocaram as indústrias em saia justa. Daí virou moda os tais “Manuais de Responsabilidade Socioambiental” e o aspecto de coletividade parecia ultrapassar os muros dos escritórios e das indústrias. Será que avançamos muito de lá pra cá?
Recursos naturais e financeiros
Os recursos naturais estão intimamente ligados às atividades econômicas e, que, portanto, geram lucro nesse capitalismo cada vez mais selvagem, e como a gente já sabe: nessa selva de pedra quem manda é a grana! Porém, apesar disso as mudanças climáticas, por exemplo, têm deixado os governantes de cabelos em pé, o que tem feito a situação mudar, pois a gente tá sentindo na pele o desequilíbrio do planeta! Os próprios governos mundiais estão se despertando para a importância da preservação ambiental, vejamos as discussões no Fórum Econômico de Davos, em que o meio ambiente foi a estrela central.
PUBLICIDADE
De olhos abertos
É claro que os investidores buscam por negócios rentáveis, mas – atrelado a isso – querem colocar os recursos em empresas sérias e comprometidas com a questão ambiental. Uma nova geração – muito mais consciente e antenada – vem consumindo menos e com mais sabedoria! Esse pessoal fala de “consumo sustentável”, reciclagem, leem rótulos com maestria e se recusa a comprar produtos que causem impactos ambientais. É uma nova visão do mercado!
É preciso que as empresas repensem muito bem suas ações de Responsabilidade Socioambiental e se questionem sobre o preço que o meio ambiente está pagando em detrimento dos seus lucros! Sem meio ambiente, sem indústria. Chega de Brumadinho!