O que aconteceu com Estelle?
Curiosidades – Estelle, uma jovem de 19 anos de Paris, França, comprou uma tinta de cabelo em um supermercado local. Seguindo as instruções do rótulo, que recomendava deixar o produto agir por até 48 horas, ela optou por um teste inicial de 30 minutos. No entanto, na manhã seguinte, acordou com o rosto severamente inchado, olhos quase fechados e dificuldade para respirar. “Parecia que eu tinha uma lâmpada no lugar da cabeça”, relatou Estelle, conforme noticiado pelo jornal Le Parisien.
A situação piorou quando sua língua também começou a inchar, levando-a a procurar ajuda médica imediata. No hospital, ela recebeu uma injeção de adrenalina e foi internada por precaução. O caso, que voltou a circular nas redes sociais em maio de 2025, gerou indignação e relatos de experiências semelhantes entre internautas.
PUBLICIDADE
O que causou a reação alérgica?
Os médicos apontaram a parafenilenodiamina (PPD), uma substância comum em tintas de cabelo escuras, como a principal suspeita. A PPD é amplamente utilizada em cosméticos, incluindo hena e algumas maquiagens, mas pode causar reações alérgicas graves em pessoas sensíveis. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a PPD está presente em cerca de 70% das tintas de cabelo permanentes no mercado, e reações variam de irritações leves a casos graves, como o de Estelle.
Outros componentes, como amoníaco e peróxido de hidrogênio, também podem desencadear alergias, especialmente em peles sensíveis. Estudos da American Contact Dermatitis Society indicam que cerca de 5% da população pode apresentar sensibilidade à PPD, com maior prevalência em pessoas com histórico de alergias ou dermatites.
PUBLICIDADE
Por que algumas pessoas são mais suscetíveis?
A predisposição a alergias a tintas de cabelo pode estar ligada a fatores genéticos, histórico de dermatite atópica ou exposição prévia a alérgenos. Além disso, a falta de testes de sensibilidade antes do uso é um fator de risco. “Muitas pessoas ignoram o teste de mecha, que é essencial para identificar reações antes da aplicação completa”, explica a dermatologista Dra. Ana Clara Mendes, em entrevista à Revista Saúde.
Reações nas redes sociais: um problema comum?
O caso de Estelle gerou grande repercussão nas redes sociais, com internautas compartilhando experiências semelhantes. Uma usuária relatou: “Fiquei exatamente assim quando pintei meu cabelo, só melhorei com medicação e injeção”. Outra mencionou: “Minha mãe tem alergia toda vez que pinta o cabelo, independente da marca”. Um terceiro comentário destacou: “Tive uma alergia grave após usar uma tinta, com inchaço e coceira por mais de 20 dias”.
PUBLICIDADE
Esses relatos sugerem que reações alérgicas a tintas de cabelo são mais comuns do que se imagina. Um estudo publicado no Journal of Dermatology (2020) estima que até 10% dos usuários de tintas de cabelo podem apresentar algum grau de reação alérgica ao longo da vida, desde irritações leves até casos graves.
Como evitar reações alérgicas a tintas de cabelo?
Para proteger sua saúde e evitar situações como a de Estelle, siga estas dicas práticas baseadas em recomendações de dermatologistas:
PUBLICIDADE
-
Faça o teste de mecha: Aplique uma pequena quantidade da tinta em uma área discreta da pele (como atrás da orelha) e aguarde 48 horas para verificar qualquer reação.
-
Leia o rótulo com atenção: Verifique a presença de PPD ou outros alérgenos conhecidos. Opte por produtos livres de PPD, se possível, especialmente se você tem pele sensível.
-
Consulte um dermatologista: Se você tem histórico de alergias, um especialista pode indicar produtos mais seguros ou realizar testes de sensibilidade.
-
Evite aplicação prolongada: Não deixe a tinta no cabelo além do tempo recomendado, mesmo que o rótulo sugira períodos longos.
-
Procure ajuda médica imediatamente: Se sentir coceira, inchaço ou dificuldade para respirar após o uso, busque atendimento médico sem demora.
O que as marcas e autoridades estão fazendo?
Casos como o de Estelle levantam questões sobre a regulamentação de cosméticos. Na Europa, a Agência Europeia de Produtos Químicos (ECHA) exige que produtos com PPD incluam alertas claros sobre riscos alérgicos. No Brasil, a Anvisa também regulamenta o uso de PPD, limitando sua concentração a 6% em tintas capilares. No entanto, especialistas argumentam que mais campanhas educativas são necessárias para conscientizar os consumidores sobre a importância do teste de sensibilidade.
Algumas marcas já oferecem alternativas com menos alérgenos, como tintas à base de ingredientes naturais ou sem PPD. Porém, até mesmo esses produtos requerem testes prévios, já que alergias podem ocorrer com qualquer substância.