Foto: freepik

Saúde da mulher – As doenças cardiovasculares (DCV), como infarto e acidente vascular cerebral (AVC), são frequentemente associadas aos homens, mas a realidade é que elas representam a principal causa de morte entre mulheres em todo o mundo. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, as DCV respondem por cerca de 30% dos óbitos femininos, superando até mesmo o câncer de mama. Apesar disso, muitas mulheres subestimam esse risco, o que dificulta a prevenção e o diagnóstico precoce. Neste artigo, exploraremos as razões por trás dessa alta mortalidade, os fatores de risco específicos para o sexo feminino e estratégias práticas para reduzir esse impacto, tudo com base em dados confiáveis e recomendações de especialistas.

O Que São Doenças Cardiovasculares e Por Que Afetam Tanto as Mulheres?

Doenças cardiovasculares englobam condições que afetam o coração e os vasos sanguíneos, como hipertensão arterial, infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca e AVC. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, em 2020, as DCV foram responsáveis por aproximadamente 17,9 milhões de mortes globais, com uma proporção significativa entre mulheres. No Brasil, o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde de 2021 destaca que as taxas de mortalidade por DCV em mulheres aumentaram nas últimas décadas, especialmente após os 50 anos, período em que a menopausa eleva o risco.

Diferentemente dos homens, as mulheres frequentemente apresentam sintomas atípicos de problemas cardíacos, como fadiga extrema, náusea ou dor nas costas, em vez da clássica dor no peito. Isso leva a atrasos no diagnóstico e tratamento, agravando os desfechos. Além disso, fatores hormonais, como a queda de estrogênio na menopausa, e condições como diabetes e hipertensão gestacional aumentam a vulnerabilidade feminina às DCV.

Fatores de Risco Específicos para Mulheres

Embora homens e mulheres compartilhem fatores de risco como tabagismo, sedentarismo e colesterol alto, alguns elementos são mais prevalentes ou impactantes nas mulheres:

1. Menopausa: A redução dos níveis de estrogênio afeta a elasticidade dos vasos sanguíneos e o metabolismo lipídico, aumentando o risco de aterosclerose.
2. Hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia: Essas condições, comuns durante a gravidez, podem dobrar o risco de DCV no futuro.
3. Diabetes: Mulheres com diabetes têm um risco até 50% maior de morte por DCV em comparação com homens, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
4. Estresse e saúde mental: O estresse crônico e a depressão, mais frequentes em mulheres devido a questões sociais como dupla jornada de trabalho, estão ligados a maior incidência de hipertensão.
5. Tabagismo: Embora menos comum entre mulheres no Brasil, o impacto do cigarro no sistema cardiovascular feminino é mais grave do que no masculino.

Estatísticas que Comprovam a Gravidade do Problema

• Globalmente: As DCV matam mais mulheres do que todas as formas de câncer combinadas, com cerca de 8,5 milhões de óbitos anuais, conforme a OMS.
• Brasil: Em 2019, as doenças do aparelho circulatório lideraram as causas de morte feminina, com uma taxa bruta de 184,9 óbitos por 100 mil mulheres (Ministério da Saúde).
• Idade: A mortalidade por DCV em mulheres aumenta drasticamente após os 60 anos, mas casos em mulheres mais jovens estão crescendo devido a obesidade e estilo de vida.

Como Prevenir Doenças Cardiovasculares em Mulheres?

A boa notícia é que até 80% dos casos de DCV podem ser prevenidos com mudanças no estilo de vida e acompanhamento médico, conforme a SBC. Aqui estão algumas estratégias baseadas em evidências:

1. Alimentação Saudável: Priorize uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais e gorduras boas (como as do azeite e do abacate). Reduza sal, açúcar e gorduras trans.
2. Atividade Física: Pelo menos 150 minutos de exercícios moderados por semana, como caminhada ou natação, ajudam a controlar peso, pressão arterial e colesterol.
3. Controle do Estresse: Técnicas como meditação e terapia podem reduzir os efeitos do estresse no coração.
4. Check-ups Regulares: Mulheres acima de 40 anos ou com histórico familiar devem medir pressão arterial, glicemia e colesterol anualmente.
5. Abandono do Tabagismo: Parar de fumar pode reduzir o risco de infarto em até 50% em um ano.

A Importância do Diagnóstico Precoce

O diagnóstico precoce é crucial, especialmente porque os sintomas em mulheres podem ser confundidos com outras condições. Exames como eletrocardiograma, teste de esforço e ecocardiograma, recomendados por cardiologistas, são ferramentas eficazes para identificar problemas antes que se tornem fatais. Mulheres com histórico de complicações na gravidez ou sintomas persistentes devem buscar avaliação especializada.

As doenças cardiovasculares são uma ameaça silenciosa, mas evitável, que exige maior conscientização entre as mulheres e a sociedade. Com informação de qualidade, mudanças no estilo de vida e acesso a cuidados médicos, é possível reverter esse cenário alarmante. Se você é mulher ou conhece alguém em risco, comece hoje a priorizar a saúde do coração – a prevenção é o melhor remédio.