
Linguiças de carne humana: relembre os crimes horríveis da Rua do Arvoredo-Foto: Racool_studio
Localizada no coração de Porto Alegre, a Rua do Arvoredo, atualmente conhecida como Rua Fernando Machado, guarda uma das narrativas mais macabras da história da cidade. No século 19, essa rua foi cenário de um dos crimes mais horrendos, que parece ter saído de um filme de terror, onde um casal se envolveu em assassinatos e esquartejamento de pessoas, transformando os restos mortais em linguiças consumidas pela alta sociedade local.
Os Assassinos: José Ramos e Catarina Palse
O casal responsável por esses crimes, José Ramos e Catarina Palse, teve histórias de vida marcadas por tragédias e violência. José, um ex-soldado da polícia, passou por um rebaixamento em sua carreira após uma tentativa de assassinato. Ele já havia cometido um crime na juventude, ao matar o pai em defesa da mãe.
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Catarina, por sua vez, era filha de imigrantes húngaros que sofreram as consequências da revolução húngara. Após perder os pais em um ataque, Catarina se casou com um homem que se suicidou durante a viagem ao Brasil. Em 1857, ela chegou a Porto Alegre e, anos depois, se uniu a José, formando um lar em um casarão na Rua do Arvoredo.

Linguiças de carne humana: relembre os crimes horríveis da Rua do Arvoredo-Foto: internet
O Açougue e os Crimes
Próximo à residência do casal, havia um açougue de um imigrante alemão chamado Carlos Claussner. O açougue prosperou, tornando-se o local de compras de carnes para as famílias ricas da cidade. Claussner e José desenvolveram uma amizade, sem saber que isso os levaria a um destino trágico.
Com o tempo, o desaparecimento de um comerciante português e de um caixeiro viajante levantou suspeitas sobre o casal. Os dois homens foram vistos pela última vez na casa de José e Catarina, o que levou a uma investigação policial.
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A Descoberta Macabra
A investigação revelou uma cena horrenda. No porão da casa, a polícia encontrou partes de um corpo humano enterradas. A vítima era Carlos Claussner, amigo do casal. Em um poço próximo, estavam os corpos dos outros desaparecidos, além de um cachorro.
Catarina acabou confessando que seis pessoas foram assassinadas e esquartejadas, com a carne sendo vendida no açougue. A abordagem das vítimas geralmente era feita por Catarina, que as atraía para um beco escuro, onde eram levadas para o casarão e submetidas a atrocidades.
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O Destino dos Criminosos
Os autos da investigação indicaram que José e Catarina mataram Claussner, que supostamente teria sido o mentor das ações criminosas. José foi condenado à morte, mas sua pena foi convertida em prisão perpétua. Catarina, considerada cúmplice, recebeu uma sentença de 13 anos, mas acabou morrendo em um manicômio anos depois.
A história dos crimes da Rua do Arvoredo permanece viva na memória coletiva de Porto Alegre, um lembrete sombrio de que a crueldade humana pode se esconder atrás de fachadas respeitáveis. A cidade continua a lembrar desse episódio horrendo que, apesar do tempo, ainda causa choque e repulsa.