Curiosidades– Arqueólogos da Universidade Nicolaus Copernicus (NCU) na Polônia fizeram uma descoberta intrigante: restos mortais de uma criança enterrada com um cadeado “antivampiro” no tornozelo, prática comum no século XVII para evitar que o morto “voltasse”. Essa descoberta, feita perto da vila de Pien, revela como o medo do sobrenatural moldou as práticas funerárias na Polônia durante esse período.
A Descoberta Inusitada
Durante as escavações, os arqueólogos encontraram os restos de uma criança de cinco a sete anos. O cadeado em seu tornozelo era uma medida simbólica para evitar o retorno do falecido ao mundo dos vivos, refletindo um medo generalizado de vampiros. O estudo está sendo liderado pela equipe da Universidade Nicolaus Copernicus, conhecida por sua vasta experiência em escavações históricas.
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Esses rituais fúnebres eram motivados por uma combinação de crenças supersticiosas e falta de conhecimento médico. Em períodos de epidemias e surtos inexplicáveis de doenças, era comum acreditar que os mortos poderiam ressurgir e causar mal aos vivos, como destacado por estudos antropológicos sobre práticas funerárias em regiões da Europa CentralMedo de Vampiros e o Contexto Social
A crença em vampiros foi alimentada pelo medo do desconhecido, especialmente durante épocas de pragas e doenças que devastavam populações. Epidemias, como a peste negra, provocavam mortes súbitas e inexplicáveis, o que levou muitas pessoas a acreditarem que forças sobrenaturais estariam em ação. As comunidades buscavam controlar esses medos por meio de rituais e práticas que envolviam o sepultamento dos mortos com medidas de contenção, como cadeados e foices. De acordo com o professor Paul Barber, especialista em práticas funerárias e autor de “Vampires, Burial, and Death: Folklore and Reality”, esses rituais eram respostas culturais para a ansiedade coletiva .
Redidas Drásticas
Além do cadeado no tornozelo, outras medidas extremas também eram comuns em casos de suspeita de vampirismo. Corpos eram enterrados de bruços para impedir que “mordessem a terra” e retornassem. Em situações mais graves, os cadáveres eram decapitados, queimados ou esmagados com pedras, práticas descritas em pesquisas arqueológicas em várias partes da Europa .
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Essa descobernica da Polônia. Em 2022, outra “vampira” foi encontrada com uma foice no pescoço em um cemitério do século XVII em Pień . Esses achados reforçam a importân crenças para a população da época e a natureza ritualística que cercava o tratamento dos mortos.
Outros Achados Fascinantes
Durante as escavações, os arqueólogos também descobriram restos de outras três crianças e um fragmento de mandíbula com manchas verdes, possivelmente decorrentes de tratamentos com remédios à base de metais. Esses tipos de remédios, utilizados no tratamento de febres e doenças comuns, eram comuns na medicina popular, conforme registrado em estudos sobre a farmacopeia medieval .
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Implicações Arqueológicas e Éticas
Atas arqueológicas levantam questões sobre a exumação de corpos e o tratamento ético de restos humanos históricos. Arqueólogos e antropólogos enfatizam a importância de preservar esses achados com respeito, considerando as sensibilidades culturais e religiosas da época . Esses restos não são apenas um recurso científico, parte do patrimônio de comunidades inteiras.
Conclusão: O Legado das Superstições no Século XVII
O enterro da “criança vampira” e as demais descobertas em Pien fornecem uma visão fascinante sobre como o medo do sobrenatural moldou a vida e a morte no século XVII. Em uma época de incertezas, a superstição e os rituais fúnebres eram maneiras de lidar com o medo da morte e do desconhecido. Hoje, esses achados arqueológicos nos ajudam a entender a evolução da humanidade, e como nossas perspectivas sobre a morte mudaram drasticamente ao longo dos séculos.
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Fontes:
- Universidade Nicolaus Copernicus
- Paul Barber (Autor de “Vampires, Burial, and Death: Folklore and Reality”): Estudo sobre vampiros e rituais de sepultamento
- Smithsonian Magazine