Pesadelos frequentes podem ser mais do que apenas distúrbios do sono; eles podem ser sinais precoces de demência. Um estudo recente publicado na eClinical Medicine, uma das publicações do The Lancet, realizado pela Universidade de Birmingham, Inglaterra, sugere que adultos de meia-idade que sofrem de pesadelos recorrentes têm maior probabilidade de desenvolver demência no futuro.
Resultados do Estudo
O estudo incluiu mais de 600 voluntários saudáveis, com idades entre 35 e 64 anos, e 2.600 idosos acima de 79 anos, todos sem demência ou Parkinson no início da pesquisa. Após um acompanhamento de cinco a nove anos, os resultados mostraram que adultos de meia-idade que tinham pesadelos pelo menos uma vez por semana eram quatro vezes mais propensos a sofrer declínio cognitivo. Para os idosos com pesadelos frequentes, o risco de desenvolver demência foi duas vezes maior em comparação com aqueles que não apresentavam pesadelos. Entre os homens idosos, o risco aumentou para cinco vezes.
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Pesquisas Anteriores
Pesquisas anteriores já haviam demonstrado uma ligação entre pesadelos frequentes e um maior risco de desenvolver a doença de Parkinson, além de uma evolução cognitiva pior nesses pacientes e uma maior atrofia das regiões frontais do cérebro. Estudos não longitudinais também haviam indicado uma associação entre pesadelos e déficit cognitivo entre idosos na população geral.
Pesadelos na População
Pesadelos são comuns, especialmente entre os idosos, com estimativas indicando que 5% dos adultos experienciam pesadelos mensais. Estudos mostram que pesadelos são mais frequentes entre mulheres até a sexta década de vida, quando a proporção entre homens e mulheres se equilibra. Pesadelos também são mais comuns em pacientes com síndromes demenciais e doença de Parkinson.
Tratamento e Novas Descobertas
Uma pesquisa interessante em camundongos demonstrou que a administração do anti-hipertensivo prazosin, utilizado no tratamento de pesadelos, reduziu marcadores patológicos da doença de Alzheimer. Isso sugere que tratar pesadelos pode ter benefícios adicionais na prevenção do declínio cognitivo.
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Pesadelos frequentes podem ser um sinal de alerta precoce para o desenvolvimento de demência, especialmente em homens idosos. O tratamento eficaz dos pesadelos pode não só melhorar a qualidade de vida, mas também retardar o declínio cognitivo associado a doenças degenerativas.
Fonte: correiobraziliense