Transplante de cabeça é um conceito que parece tirado diretamente de um filme de ficção científica, mas recentemente ganhou destaque nas redes sociais devido a um vídeo viral. No entanto, é crucial esclarecer desde o início: o vídeo e a startup por trás dele, a BrainBridge, são fictícios.
A Origem do Vídeo
O vídeo foi publicado pela primeira vez na internet na terça-feira (21) e rapidamente se tornou viral em plataformas como Facebook, YouTube e TikTok, acumulando milhões de visualizações e gerando inúmeros comentários. A animação exibe o que seria um robô-cirurgião realizando um transplante de cabeça, trocando a cabeça de um homem moribundo por outra de um corpo jovem e saudável. A empresa responsável pelo suposto estudo é identificada como BrainBridge, descrita em seu site como pioneira no “primeiro conceito revolucionário do mundo para um sistema de transplante de cabeça”.
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A Verdade por Trás da BrainBridge
Apesar das alegações grandiosas, a MIT Technology Review revelou que a BrainBridge não existe no mundo empresarial, não estando listada em nenhum registro oficial. O criador do vídeo é Hashem Al-Ghaili, um comunicador científico e diretor de cinema iemenita conhecido por produções que testam os limites da ciência com uma pitada de criatividade artística.
Em 2022, Al-Ghaili produziu um vídeo semelhante sobre úteros artificiais chamado “EctoLife”, que também gerou debates sobre sua autenticidade. Segundo ele, o objetivo não é apenas viralizar, mas explorar os “limites e a viabilidade” dessas ideias futurísticas.
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O Impacto do Vídeo e a Polêmica
O projeto de vídeo foi parcialmente financiado por Alex Zhavoronkov, fundador da Insilico Medicine, uma importante empresa de descoberta de medicamentos através de inteligência artificial e uma figura proeminente na pesquisa contra o envelhecimento. Curiosamente, foi Zhavoronkov quem apareceu nos dois corpos mostrados no vídeo, o que levou a mais especulações quando postado em sua conta do LinkedIn.
O vídeo tem sido descrito como uma “obra de arte provocativa”, um comentário sobre o esquema extremamente controverso de tentar derrotar a morte através de avanços tecnológicos e médicos. Mesmo sendo ficção, o vídeo suscita importantes questionamentos sobre o impacto da tecnologia na saúde e nos limites éticos da ciência.
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Enquanto a ideia de um transplante de cabeça captura a imaginação do público, é essencial discernir entre a ficção científica e a realidade científica. Vídeos como o produzido por Al-Ghaili nos lembram da responsabilidade de verificar informações antes de compartilhá-las, além de ponderar sobre as implicações éticas das inovações que exploramos. Ao mesmo tempo, nos faz pensar: até onde estamos dispostos a ir para superar as barreiras da morte?
Redação Site On
Fonte: epocanegocios.globo.com