O dólar à vista iniciou a sessão desta quarta-feira (6) em alta significativa no Brasil, impulsionado pela incerteza do mercado diante do resultado das eleições presidenciais dos Estados Unidos, que indicam a vitória do republicano Donald Trump, segundo projeções. No Brasil, por volta das 10h, US$ 1 custava R$ 6,04, o maior valor desde a história da criação do Real; antes, o recorde era de 2020, quando US$ 1 chegou a R$ 5,85.
Essa elevação reflete uma movimentação típica de volatilidade observada em períodos de transição política nos EUA, especialmente em um cenário de incertezas sobre a futura política econômica do país e a posição de Trump quanto a medidas monetárias e comerciais.
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O feito é global e a avaliação do mercado é que as medidas fiscais e de imigração prometidas por Trump podem fazer com que a inflação norte-americana suba. Tais ações teriam reflexo nos juros, nos títulos do Tesouro dos EUA e, por consequência, no dólar; a alta logo após a eleição já é um reflexo desse cenário previsto.
O mercado global acompanha de perto a volatilidade cambial, pois o fortalecimento do dólar geralmente indica cautela dos investidores, que buscam proteção em ativos considerados mais seguros. Esse movimento é intensificado pelo próximo anúncio do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve, previsto para ocorrer na quinta-feira (7), às 15h (horário de Brasília). O FOMC deverá definir a nova taxa de juros dos EUA, e a expectativa dos analistas é de um possível corte, que poderia afetar ainda mais o câmbio no Brasil.