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Economia

Arthur Neto propõe ‘Plano Real dos Juros’ para combater a recessão que já está se confirmando este ano

Na avaliação do prefeito, o atual governo deveria esquecer o discurso vazio e empregar as mesmas estratégias do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

  • Por AM POST

  • 15/05/2019 às 15:32

  • Atualizado em 16/05/2019 às 13:50

  • Leitura em quatro minutos

Redação AM POST

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, propôs em novo artigo publicado na sua página do Facebook que o Brasil faça um “Plano Real dos Juros” para combater a recessão que se avizinha no País em 2019. Na avaliação do prefeito, o atual governo deveria esquecer o discurso vazio e empregar as mesmas estratégias do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e seus técnicos para combater a inflação, só que, desta vez, direcionadas a combater os altos juros praticados no mercado brasileiro.

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“Precisamos esquecer o discurso vazio, esmiuçar o tema como meta prioritária de governo, ir às causas verdadeiras da diferença abissal entre as taxas básicas e aquelas praticadas na ponta do consumo. Constatar, para valer, o que se precisará fazer para que a taxa básica, a Selic, fique um dia no máximo 10 pontos acima dos juros de mercado”, afirmou Arthur Neto.

De acordo com o prefeito de Manaus, o país caminha para uma recessão técnica e isso já é perceptível com os resultados econômicos apresentados no primeiro trimestre, que registraram queda do Produto Interno Bruto (PIB) e dos mais recentes prognósticos que apontam um crescimento da economia menor que 1,5% no fim do ano, bem distante dos 3,5% ou 4% projetados no início do atual governo. E, se o desempenho da economia se repetir no atual trimestre – abril a junho –, o Brasil estará diante de uma recessão técnica.

Em sua análise, Virgílio apontou as dificuldades que o país enfrenta para fazer suas reformas essenciais, a primeira delas, a da Previdência. “O Brasil está desarticulado politicamente e esse fato somente contribui para atrasar a Reforma da Previdência”, disse. Ele analisou, ainda, que o Congresso Nacional deverá aprovar a Reforma da Previdência poupando alguns segmentos de trabalhadores, e isso dará ao Tesouro entre R$ 700 bilhões e R$ 800 bilhões no período de 10 anos, muito abaixo dos R$ 1,8 trilhão previsto inicialmente pelo ministro Paulo Guedes para igual período. “Pode não ser o ideal, mas poupará sacrifícios aos trabalhadores rurais, pescadores e outros segmentos igualmente desprivilegiados e, ao mesmo tempo, garantirá certa folga fiscal e o retorno dos superávits primários”, completou Arthur.

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No entanto, o prefeito Arthur Neto considerou que os mesmos congressistas que aprovarão a Reforma da Previdência com cortes, aprovarão créditos suplementares ao governo federal. “Hoje, o quadro é crítico e existe o perigo concreto de não poderem pagar os beneficiários do BPC e do Bolsa Família, por exemplo, daí minha crença de que os congressistas, que declaram insistentemente seu compromisso em proteger os mais pobres, certamente aprovarão o pedido que lhes faz o ministro Guedes por um crédito suplementar que faça face a essas exigências”, defendeu.

Áreas prioritárias
Para evitar a recessão, o Brasil precisa voltar a crescer a partir do segundo semestre deste ano, conforme apontou o prefeito em sua publicação, reforçando que isso só se dará se a reforma previdenciária for realizada e, junto a essa, sejam adotadas outras medidas de austeridade, como o corte nos contratos com empreiteiras e fornecedores, poupando os setores estratégicos e essenciais como educação, saúde e pesquisa.

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Arthur cita, especificamente, o caso do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) que poderá fechar as portas caso o contingenciamento anunciado pelo governo federal realmente ocorra. “Contingenciamento inteligente não deve ser linear e bitolado. Setores não estratégicos podem ser sacrificados. Já saúde, educação, ciência, merecem tratamento diferente e sensível”, advertiu.

O prefeito analisou que, com a economia anêmica, conjugada com inflação baixa, há espaço seguro para o rebaixamento nas taxas básicas de juros. “Seria uma tentativa a mais de se enfrentar a ameaça, bem clara, de nova recessão”, disse, reforçando que está na hora de tratar a questão dos juros como o governo FHC, um “Plano Real dos Juros”.

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*Com informações da Assessoria de Imprensa

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