- Foto: © Valter Campanato/Agência Brasil
No último dia 20, o dólar apresentou uma valorização de 0,49%, fechando a R$ 5,676. Esse aumento interrompeu uma série de quedas que havia levado a moeda norte-americana à sua menor cotação desde outubro do ano anterior. A alta foi em sintonia com o movimento observado no mercado internacional, onde o índice do dólar, conhecido pela sigla DXY, subiu 0,36%, alcançando 103,80. Esse índice compara o dólar a uma cesta de seis moedas fortes.
Influência nos Mercados Brasileiros e Decisões do Copom e do Fed
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Os efeitos dessa variação do dólar não tardaram a impactar também a Bolsa brasileira, cuja sequência de seis altas consecutivas foi interrompida, com o Ibovespa fechando em queda de 0,41%, a 131.954 pontos. Durante essa sessão, as decisões tomadas pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Brasil) e pelo Fed (Federal Reserve dos Estados Unidos) tiveram papel crucial. O Copom, seguindo as indicações anteriores, aumentou a taxa básica de juros, a Selic, em um ponto percentual, de 13,25% para 14,25%. A decisão foi unânime e foi tomada em resposta ao “cenário adverso” para a convergência da inflação no país, entre outras questões. O comitê sinalizou também que há expectativa de um novo aumento, embora a menor intensidade, na próxima reunião em maio.
Perspectivas Futuras para a Economia e a Política Monetária
Especialistas como Leonel Mattos, da StoneX, indicam que tal perspectiva de aumento dos juros pode ampliar o diferencial de juros do Brasil em relação aos Estados Unidos, favorecendo o real em operações de “carry trade”. Entretanto, o avanço do dólar no exterior, especialmente após a manutenção da taxa de juros pelo Fed entre 4,25% e 4,50%, ofuscaram potenciais ganhos para o real. O Fed manteve as taxas, apesar dos crescentes temores de recessão potencializados pelas políticas de Donald Trump, incluindo tarifas comerciais e políticas imigratórias restritivas.
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Impacto das Políticas de Trump e Projeções Econômicas
As decisões políticas de Trump estão gerando significantes incertezas econômicas. O “dot plot”, documento que reúne as projeções dos dirigentes do Fed, revisou o crescimento do PIB dos Estados Unidos de 2,1% para 1,7% para o ano corrente, reflexo das políticas imprevistas do governo. As expectativas inflacionárias também foram ajustadas para cima, de 2,5% para 2,7%.