
Foto: reprodução
O cenário eleitoral em São Paulo se intensifica com os desdobramentos em torno do candidato do PRTB à Prefeitura, Pablo Marçal. Na tarde do último sábado, 5 de outubro, sua conta no Instagram foi suspensa pela Justiça Eleitoral pela segunda vez, levando Marçal a criar um novo perfil na plataforma. Em questão de pouco mais de uma hora, o novo perfil já contava com impressionantes 600 mil seguidores.
Na sua primeira live, Marçal manifestou sua indignação pela suspensão e buscou mobilizar seus apoiadores. “Acabamos de ser censurados pela segunda vez […]. Vocês vão tentar parar nós então, né?”, questionou, pedindo aos fãs que ajudassem a divulgar sua nova conta. Durante a transmissão, ele enfatizou a necessidade de resistência: “Vai ser no primeiro turno, não adianta perseguir não […] Entra na guerra comigo, cara. Senão vamos perder nossa liberdade.”
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O tom de Marçal refletiu um sentimento de vitimização, sugerindo que as ações da Justiça Eleitoral representam uma tentativa de silenciar vozes em uma era moderna, onde a informação é acessível a partir de celulares. “Eles querem regular a rede social para calar você, para dar poder para só cinco canais de televisão. A gente não é bobo. Nós estamos em uma era moderna”, completou.
A decisão de suspender o perfil de Marçal foi proferida pelo juiz Rodrigo Capez, do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. O magistrado tomou a medida após o candidato publicar um laudo médico falso, no qual acusava o adversário Guilherme Boulos, do PSOL, de ser usuário de cocaína. A gravidade da situação se reflete na possibilidade de novas suspensões, caso seja comprovado que outros perfis estão sendo utilizados por Marçal para os mesmos fins.
Além disso, o juiz requisitou à Polícia Federal a abertura de um inquérito para apurar os fatos e as circunstâncias que envolvem a publicação do laudo. As ações de Marçal não são novidade em sua trajetória eleitoral, que já foi marcada por polêmicas e acusações de abusos.
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Pablo Marçal é acusado de abuso de poder econômico, uma acusação que ganha força diante da prática de “campeonatos de cortes” entre seus apoiadores. Nesses eventos, Marçal oferecia prêmios em dinheiro para aqueles que publicassem vídeos divulgando sua imagem e conseguissem o maior número de visualizações. Essa estratégia, embora criativa em sua abordagem, levanta sérias questões sobre a ética e a legalidade em campanhas eleitorais.