A corrida eleitoral pela prefeitura de São Paulo ganha novos contornos com o avanço de Pablo Marçal, candidato do PRTB, que vem conquistando espaço entre os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O mais recente levantamento do Datafolha, divulgado em agosto, mostra que Marçal alcançou 29% de preferência entre os bolsonaristas, um aumento significativo em relação aos 22% registrados em julho. Entre os apoiadores de Tarcísio, Marçal também cresceu, passando de 19% para 25% das intenções de voto.
Esse crescimento coloca o empresário como uma figura emergente na disputa, representando uma ameaça direta à reeleição do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB). Segundo a pesquisa, Nunes viu sua popularidade cair entre os eleitores de Bolsonaro, passando de 42% em julho para 38% em agosto. O mesmo movimento de declínio foi registrado entre os eleitores de Tarcísio de Freitas, onde Nunes caiu de 42% para 40% no mesmo período.
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A perda de apoio de Nunes, ainda que dentro da margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos, evidencia um cenário de fragmentação do eleitorado conservador na capital paulista. A ascensão de Marçal pode ser vista como um reflexo do desgaste do atual prefeito, que enfrenta desafios em manter sua base de apoio coesa em meio a um contexto político cada vez mais polarizado.
Por outro lado, Marçal tem encontrado dificuldades para conquistar o eleitorado ligado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), que se encontram majoritariamente alinhados à candidatura de Guilherme Boulos (PSOL). No entanto, o empresário mostrou algum avanço nesse segmento, passando de 2% para 5% das intenções de voto entre os eleitores petistas, embora ainda seja um número modesto.
A pesquisa também destacou um dado relevante sobre o cenário eleitoral: 45% dos eleitores paulistanos afirmaram que não votariam de jeito nenhum em um candidato à prefeitura apoiado por Lula. Esse indicador reforça a resistência de uma parcela significativa do eleitorado à influência do presidente na eleição municipal de São Paulo, o que pode ser um fator determinante na reta final da campanha.
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A pesquisa Datafolha foi realizada nos dias 6 e 7 de agosto, com entrevistas presenciais com 1.092 eleitores da cidade de São Paulo. O estudo, contratado pelo jornal Folha de S.Paulo, está registrado na Justiça Eleitoral sob o número SP-03279/2024.
Com o cenário atual, a eleição para a prefeitura de São Paulo se desenha como uma disputa acirrada, onde a fragmentação do eleitorado conservador pode abrir espaço para surpresas até a data do pleito. O crescimento de Marçal reflete uma insatisfação de parte dos eleitores com o atual prefeito e sinaliza uma possível mudança de forças no campo da direita paulistana. Enquanto isso, Ricardo Nunes precisará redobrar seus esforços para reconquistar os apoios perdidos e consolidar sua candidatura rumo à reeleição.
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A análise das tendências eleitorais nas próximas pesquisas será crucial para entender se o avanço de Marçal é sustentável ou se Nunes conseguirá recuperar terreno. Em meio a esse cenário volátil, o apoio de figuras influentes, como Bolsonaro e Tarcísio, poderá ser decisivo para definir o rumo da eleição.