- Foto: Reprodução
Redação AM POST
O deputado estadual Saullo Vianna (PTB), que compõe a base do governo Wilson Lima na Assembléia Legislativa do Amazonas (Aleam), amanheceu nesta segunda-feira (23) alvo da operação Ponto de Parada, que investiga desvios de recursos públicos desatinados ao transporte escolar e cumpre quatro mandados de prisão temporária além de 11 de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Criminal da Justiça Federal do Amazonas. Foi deferido judicialmente, também, o sequestro de bens e valores no montante aproximado de R$ 13 milhões.
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Investigação apura fatos relacionados a possíveis práticas dos crimes de fraude a licitação, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro em contrato de fornecimento de transporte escolar junto à Prefeitura de Presidente Figueiredo/AM.
Vale lembrar que Saullo Vianna já foi preso em 2018 acusado de corrupção. Alem disso é um dos nomes de deputados estaduais que aparecem na lista escrita à mão com a cifra de 5%, encontrada dentro do gabinete do governador, Wilson Lima (PSC) durante busca e apreensão realizada pelos investigadores da operação Sangria, deflagrada pela PF e que apura um esquema de corrupção na compra superfaturada de 28 respiradores pulmonares feita pelo Governo do Amazonas em uma loja de vinhos, durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), no Estado.
O parlamentar também votou para livrar Wilson Lima e seu vice Carlos Almeida de processo de impeachment deflagrado na Aleam.
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Saulo e Wilson Lima apoiam o candidato a prefeito de Manaus Davi Almeida (Avante).
Entenda a Operação
Segundo as investigações da Polícia Federal, duas empresas concorreram a uma licitação da Prefeitura de Presidente Figueiredo, no ano de 2017, para fornecimento de transporte escolar, mas uma delas “cobriu” a proposta da outra, com o intuito de dar aparência de legitimidade na concorrência. De acordo com o laudo técnico da perícia, diversos itens restringiam o caráter competitivo da licitação.
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Ficou constatado ainda que a empresa vencedora subcontratou, de maneira integral, os serviços de transporte escolar. Na ocasião, ela recebeu o montante de R$ 12.989.072,99 e gerou um superfaturamento por sobrepreço no serviço de, aproximadamente, R$ 4 milhões.
A Polícia Federal identificou que o grupo investigado realizou saques e movimentações de elevadas quantias em espécie, à margem do Sistema Financeiro, a fim de encobrir os lucros obtidos com a prática criminosa. A PF investiga, também, a participação de um empresário que atuava na cadeia de comando, auxiliado por membros da família, sendo um dos beneficiários diretos dos desvios praticados pela empresa investigada.
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Os indiciados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de fraude à licitação, peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Se condenados, poderão cumprir pena de até 30 (trinta) anos de reclusão. O nome da Operação Ponto de Parada faz referência aos locais de embarque e desembarque dos alunos da rede pública que utilizam o transporte escolar.