
Foto: wikimedia
A decisão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de autorizar o uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia marca um ponto de inflexão na guerra. A medida, ainda não formalmente confirmada pela Casa Branca ou pelo Pentágono, foi relatada por uma fonte oficial à CBS News neste domingo (17/11). Enquanto isso, Biden encontra-se em viagem ao Brasil, tendo pousado em Manaus antes de participar da cúpula do G20 no Rio de Janeiro.
A mudança de postura americana na guerra
A autorização para o uso dos mísseis ATACMS (Army Tactical Missile System) representa uma mudança significativa na política dos EUA. Até então, havia restrições claras sobre o emprego dessas armas em ataques diretos ao território russo. Essa flexibilização pode abrir caminho para que aliados como o Reino Unido e a França também permitam o uso de mísseis avançados, como os Storm Shadow, pela Ucrânia.
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Essa nova postura reflete os pedidos constantes do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para eliminar restrições ao uso de armamentos de longo alcance. Em declaração recente, Zelensky destacou a importância de tais capacidades para o “plano de vitória” da Ucrânia, afirmando que os resultados virão diretamente do campo de batalha.
A resposta russa e o impacto estratégico
O presidente russo, Vladimir Putin, já havia alertado anteriormente sobre a participação ocidental direta na guerra caso tais mísseis fossem usados contra o território russo. Putin afirmou que a introdução dessas armas mudaria “a essência do conflito”, potencialmente escalando as tensões entre a Rússia e os países da OTAN.
Apesar das declarações de Moscou de que o uso dos ATACMS não alterará o desfecho da guerra, o armamento permite à Ucrânia atingir bases estratégicas e centros logísticos russos a até 300 km de distância. Isso aumenta significativamente a capacidade defensiva e ofensiva das forças ucranianas.
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Contexto internacional e envolvimento norte-coreano
Além da crescente tensão entre Rússia e Ucrânia, as relações entre Moscou e Pyongyang ganham destaque. Recentemente, a Coreia do Norte enviou tropas para auxiliar a Rússia no conflito, segundo a agência de espionagem sul-coreana. Esse apoio reforça os laços entre os dois países, formalizados em um tratado de defesa mútua assinado por Kim Jong-un.
O envolvimento norte-coreano trouxe preocupações adicionais à comunidade internacional, com oficiais americanos confirmando combates na região de Kursk, próxima à fronteira ucraniana. Essa nova dinâmica aumenta a complexidade do conflito e o papel das potências globais na guerra.
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O papel dos ATACMS no cenário atual
Os mísseis ATACMS, fabricados pela Lockheed Martin, são armas estratégicas com alta velocidade e alcance de até 300 km. Eles já foram utilizados pela Ucrânia em ataques contra alvos russos na Crimeia ocupada, demonstrando sua eficácia em missões de longo alcance.
Com o fornecimento dessas armas, os EUA reafirmam seu papel como principal aliado militar da Ucrânia, tendo comprometido mais de US$ 55,5 bilhões em apoio desde o início da guerra. Para especialistas como Serhii Kuzan, do centro de pesquisa Security and Co-operation Centre, a decisão americana é um passo crucial para equilibrar as forças e conter possíveis ofensivas russas e norte-coreanas.